O azeite de oliva, um dos itens mais valorizados na alimentação dos brasileiros, também é o líder em fraudes alimentares no país.
Isso porque, segundo o Programa Nacional de Combate à Fraude (PNFraude), do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), mais de 112 mil litros de azeite adulterado foram apreendidos em 2024.
Aumento da falsificação do azeite
A “Operação Getsêmani” foi a maior ação contra fraudes desse produto já registrada no Brasil, retirando do mercado mais de 104 mil litros de azeite adulterado.
Vale mencionar que as principais irregularidades envolvem a mistura com óleos vegetais mais baratos, como soja, girassol e canola, além da comercialização de azeites de baixa qualidade como se fossem extravirgens.
Além disso, muitas fraudes ocorrem na classificação do produto, disfarçando defeitos sensoriais e enganando o consumidor. Outro problema grave é a reutilização de garrafas e rótulos falsificados, criando marcas inexistentes no mercado.
Como deve ser feito o controle
O Brasil é um dos maiores consumidores de azeite do mundo, importando cerca de 100 milhões de litros anualmente, sendo 99,5% desse volume vindo do exterior. No entanto, o mercado enfrenta desafios relacionados à qualidade e segurança do produto.
Com a recente decisão do Governo Federal de zerar o imposto de importação do azeite, especialistas do setor, como Renato Fernandes, presidente do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva), alertam que essa medida pode prejudicar os produtores locais e facilitar a entrada de produtos falsificados.
Isso porque a fiscalização sensorial dos azeites importados ainda apresenta falhas, permitindo a comercialização de produtos adulterados.
Em resposta a essas ameaças, as autoridades intensificaram as fiscalizações. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por exemplo, desmantelou recentemente uma fábrica clandestina que falsificava azeites, vendendo produtos impróprios para consumo em supermercados.