O voo é uma das grandes maravilhas associadas à existência das aves. Seja de forma delicada ou extremamente veloz, ele impressiona quem observa do chão. Mas algumas aves vão muito além do que se pode imaginar.
Imagine um pássaro voando tão alto quanto um avião, mantendo-se no ar por horas a fio. Algumas espécies são capazes disso com perfeição.
Grifo-de-Ruppell: o recordista dos céus
O grifo-de-Ruppell é uma ave de rapina africana que impressiona por alcançar altitudes de até 11.300 metros. É considerada a ave que voa mais alto no planeta. Seu nome homenageia o explorador e zoólogo alemão Eduard Ruppell.
Essa espécie tem coloração marrom, preta ou cinza, com pelagem branca ao redor do pescoço e na barriga. Os olhos são amarelados e a cabeça praticamente sem penas. Essa aparência é comum entre machos e fêmeas. Silencioso na maior parte do tempo, o grifo torna-se barulhento perto de ninhos ou carcaças.
O bico claro impõe respeito entre outras aves. É um necrófago, alimentando-se de animais mortos, e cumpre um papel essencial no equilíbrio ambiental. Seu porte é impressionante. Mede quase um metro e sua envergadura pode triplicar esse tamanho. Pesa entre 7 e 9 quilos e pode viver de 40 a 50 anos.
Distribuição e risco de extinção
Apesar de sua imponência, a espécie está criticamente ameaçada de extinção. Ainda pode ser encontrada em regiões como Gâmbia, Mali, Senegal, Sudão, Etiópia e Sudão do Sul. Também é vista em áreas de savana na Tanzânia, Quênia e Moçambique.
O grifo-de-Rüppell passa boa parte da vida sobrevoando os céus em busca de alimento. Consegue ficar até sete horas seguidas no ar. Um dos segredos por trás dessa habilidade está no seu sangue. Essa ave modificou a estrutura da hemoglobina, tornando mais eficiente o transporte de oxigênio. É como se tivesse um “tanque extra” de oxigênio embutido em seus pulmões.
Acidente revelou o recorde
A descoberta da altura de voo dessa ave aconteceu por acaso, após um acidente. Em 1973, na Costa do Marfim, um grifo-de-Rüppell colidiu com uma aeronave comercial que voava a 11.300 metros. O impacto foi tão grande que obrigou um pouso de emergência. Restos da plumagem encontrados no motor confirmaram a presença da ave na altitude.
