Em 2025, o governo federal anunciou um aumento no salário mínimo, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518, o que equivale a um reajuste de 7,5%. O principal objetivo dessa medida é fortalecer o poder de compra dos trabalhadores brasileiros, levando em conta os efeitos da inflação sobre os salários nos últimos anos.
Em entrevista à rádio Tupi, o especialista em gestão financeira João Adolfo de Souza ressaltou que, apesar dos benefícios do aumento para os trabalhadores, é crucial levar em conta o impacto de fatores econômicos fundamentais, como a inflação, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e o equilíbrio fiscal.
Reajuste do salário mínimo
Esses fatores impactam diretamente as escolhas do governo sobre o reajuste do salário mínimo. Segundo o especialista, embora o aumento traga benefícios para a economia no curto prazo, é importante que o governo também considere os efeitos a longo prazo, como o crescimento das despesas públicas.
O piso nacional é reajustado anualmente considerando dois fatores principais: a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), e o crescimento real do PIB dos dois anos anteriores. Para o ajuste de 2025, a elevação de 2,9% no PIB de 2023 foi um dos elementos considerados, impactando o valor do novo salário.
Efeitos do aumento
O reajuste do salário mínimo também traz consequências para os benefícios previdenciários, como aposentadorias, pensões e auxílios, que serão ajustados conforme o novo valor. Embora isso beneficie muitos trabalhadores, há também um aumento nas contribuições mínimas para o INSS. Trabalhadores autônomos e Microempreendedores Individuais (MEIs), em particular, podem enfrentar um impacto maior em seus encargos previdenciários.
O reajuste do salário mínimo pode ter efeitos diversos na economia. Por um lado, ele pode estimular o consumo e ajudar no crescimento econômico, mas, por outro, apresenta desafios para pequenos empresários, que enfrentarão custos maiores e poderão precisar reduzir suas contratações.
Além disso, o aumento do salário mínimo pode sobrecarregar o orçamento público devido ao crescimento das despesas com benefícios previdenciários, o que, por sua vez, pode ocasionar uma pressão inflacionária e elevar os preços de produtos e serviços.