O avanço da globalização tem impulsionado inovações tecnológicas que impactam diversos setores, e uma dessas inovações é um material projetado para eliminar fissuras e buracos no asfalto das rodovias. A integração entre inteligência artificial e materiais reciclados permite o desenvolvimento de estradas autorreparadoras, proporcionando maior durabilidade, redução de custos e menor impacto ambiental.
Baseado na capacidade regenerativa observada em plantas e animais, o asfalto autorreparador foi criado por pesquisadores do King’s College London e da Swansea University, em parceria com cientistas chilenos. O desgaste das rodovias acontece, em grande parte, devido à oxidação do betume, que perde sua flexibilidade ao longo do tempo, favorecendo o aparecimento de rachaduras.
Asfalto reparador
Para enfrentar esse desafio, os cientistas desenvolveram uma técnica que integra microcápsulas contendo esporos naturais e compostos rejuvenescedores obtidos a partir de resíduos. Ao surgirem rachaduras, essas minúsculas partículas se rompem, liberando óleos reciclados que suavizam o betume, facilitando sua recomposição e o fechamento das fissuras, aumentando a durabilidade do pavimento.
O estudo contou com a inteligência artificial do Google Cloud para examinar a estrutura molecular do betume e antecipar padrões de fissuração. Por meio de algoritmos de aprendizado de máquina, os pesquisadores identificaram componentes químicos que favorecem a autorreparação e desenvolveram simulações avançadas para otimizar e agilizar a criação do material.
Desafios e outras técnicas
Ainda assim, a aplicação dessa tecnologia apresenta desafios, incluindo a viabilização da produção em grande escala, a adaptação aos métodos convencionais de pavimentação e a análise da resistência do material em diferentes climas e níveis de tráfego.
Paralelamente, diversas pesquisas ao redor do mundo vêm explorando outras soluções para o desenvolvimento de asfaltos autorreparadores:
- Regenerativo com água da chuva – Desenvolvido pelo estudante mexicano Israel Antonio Briseño Carmona, esse material feito de pneus reciclados se regenera ao entrar em contato com a água da chuva, convertendo um agente de desgaste em um mecanismo de reparo.
- Aquecimento por indução – A técnica demonstrada pelo pesquisador Erik Schlangen utiliza fibras de aço no asfalto, permitindo que, ao serem aquecidas, o material recupere sua flexibilidade e feche fissuras, prolongando a durabilidade das rodovias.