Com o encerramento do prazo para envio da declaração do Imposto de Renda na última sexta-feira, 30 de maio, milhares de brasileiros agora aguardam o processamento dos dados pela Receita Federal.
Mas este também é o momento em que muitos contribuintes precisam se preparar para um segundo desafio: a temida malha fina.
É quando a Receita cruza informações e identifica possíveis inconsistências nas declarações entregues — o que pode levar à retenção do documento para análise mais detalhada.
Aprenda a resolver quando cair na malha fina do Imposto de Renda
A malha fina, na prática, funciona como um filtro rigoroso do sistema da Receita Federal, projetado para identificar divergências, omissões e erros nos dados declarados no Imposto de Renda.
O objetivo é garantir que as informações prestadas pelos contribuintes estejam em conformidade com os registros enviados por empresas, instituições financeiras, planos de saúde e outros declarantes.
Sempre que o sistema detecta uma diferença relevante entre essas fontes, a declaração do Imposto de Renda é automaticamente retida para verificação.
Entre os motivos mais comuns que levam alguém à malha fina estão erros de digitação em valores, omissão de rendimentos — como aluguéis, pensões ou aposentadorias —, deduções médicas sem documentação comprobatória e dados conflitantes relacionados a dependentes ou bens.
Muitas vezes, o problema nem está na declaração do contribuinte, mas sim em informações inconsistentes fornecidas por terceiros.
Como verificar a malha fina do Imposto de Renda e resolver o problema
Para saber se foi atingido pela malha fina, o contribuinte deve acessar o Centro Virtual de Atendimento da Receita Federal, o e-CAC, por meio do site gov.br/receitafederal.
Lá, ao entrar na área “Meu Imposto de Renda” e consultar o campo de pendências, é possível identificar se houve retenção e qual foi o motivo apontado.
Se o erro for identificado e reconhecido, a solução costuma ser simples: é possível corrigir os dados por meio de uma declaração retificadora, enviada pelo mesmo sistema utilizado originalmente. Esse procedimento geralmente resolve o impasse sem necessidade de atendimento presencial.
Já nos casos em que o contribuinte acredita que a informação está correta, mas houve divergência externa, é recomendável reunir os documentos comprobatórios e aguardar uma convocação da Receita ou agendar um atendimento para apresentar os dados.
Cair na malha fina não significa infração automática, mas exige atenção. Manter os documentos organizados por pelo menos cinco anos e, sempre que possível, contar com orientação contábil pode evitar dores de cabeça e garantir que a situação seja resolvida com tranquilidade.