A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou uma medida que promete aliviar o bolso de mais de 1,6 milhão de consumidores no Rio Grande do Norte. A partir do dia 22 de abril, as tarifas de energia elétrica no estado sofrerão uma redução média de -0,32%, conforme o reajuste anual aprovado para a distribuidora Neoenergia Cosern.
Dessa forma, a decisão foi oficializada no dia 15 de abril e se aplica tanto aos consumidores residenciais quanto a grandes clientes industriais e comerciais.
Vale mencionar que, na prática, a maior parte dos consumidores residenciais, classificados como baixa tensão, perceberá uma queda média de -0,30% nas contas. Já os consumidores de alta tensão, como empresas de médio e grande porte, terão uma redução média de -0,33%. Essa mudança, embora sutil, representa um alívio no orçamento mensal em um cenário de custos crescentes.
O que explica a decisão da Aneel
A Aneel justificou o reajuste negativo com base em três componentes principais: os encargos setoriais, os custos com geração e transmissão de energia, e os componentes financeiros.
Enquanto os encargos setoriais influenciaram o índice com um aumento de 2,55%, os custos com geração e transmissão contribuíram com uma redução de -0,20%. O fator decisivo, no entanto, foi a queda de -5,09% nos componentes financeiros, o que resultou no índice final de -0,32%.
Dessa forma, a redução representa uma espécie de “presente de Páscoa” para os potiguares, refletindo um equilíbrio entre a estabilidade do setor elétrico e a tentativa de conter os impactos econômicos no orçamento dos consumidores.
Isso porque o reajuste tarifário anual é um mecanismo regulatório que busca garantir a sustentabilidade das distribuidoras e, ao mesmo tempo, respeitar a capacidade de pagamento da população.
Como é composta a tarifa paga na conta de luz
É importante mencionar que, mesmo com a redução, a composição da tarifa de energia continua sendo um ponto de atenção. Segundo dados da própria Neoenergia Cosern, apenas 29,4% do valor da fatura mensal permanece com a distribuidora. Os demais percentuais são divididos entre encargos e impostos (32,4%) e os custos com a compra e transmissão de energia (38,2%).
Outro detalhe importante é que, para uma conta de R$ 100, por exemplo, apenas R$ 29,40 são direcionados à distribuidora para cobrir seus custos operacionais, administrativos, de manutenção e investimentos nas 167 cidades que atende.
Com isso, a transparência na composição tarifária se torna essencial para que os consumidores compreendam melhor o destino dos valores pagos.