A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) autorizou recentemente a entrada da Amazon no setor de internet via satélite no país, o que deve aumentar a concorrência e ampliar a oferta desse tipo de serviço.
A revelação foi feita pelo presidente da agência, Carlos Manuel Baigorri, que confirmou que a operação da empresa de Jeff Bezos começará até o final deste ano.
Assim, o monopólio da Starlink neste mercado aqui no Brasil está com os dias contados.
Até agora, a Starlink, de Elon Musk, era a única provedora comercial desse tipo de conexão no Brasil, mas o cenário deve mudar com a chegada de novos players, incluindo empresas chinesas que também demonstraram interesse no mercado.
Amazon e chineses travam batalha no espaço com chegada do Starlink
A tecnologia de internet via satélite é uma solução para conectar áreas remotas e de difícil acesso, onde a infraestrutura tradicional de fibra óptica não chega.
O serviço é baseado em uma rede de satélites de baixa órbita, que operam a altitudes significativamente menores do que os satélites geoestacionários convencionais, o que reduz a latência da conexão e melhora o desempenho em atividades que exigem resposta rápida, como chamadas de vídeo e jogos online.
Segundo Baigorri, essa alternativa se soma às demais opções de conectividade, como 4G, 5G e cabos de fibra óptica, permitindo que mais brasileiros tenham acesso à internet de qualidade.
A entrada da Amazon no setor ocorrerá por meio do Projeto Kuiper, uma constelação de mais de 3 mil satélites que será implementada gradativamente nos próximos anos.
A empresa planeja oferecer um serviço competitivo, com velocidades de download que podem chegar a 1 gigabit por segundo, superando os atuais números divulgados pela Starlink.
O projeto terá parceria com a Vrio, controladora da operadora de TV Sky, que será responsável pela comercialização e pelo atendimento ao cliente na América Latina.
Projeto da Amazon para o Brasil inclui parceria
Inicialmente, o serviço da Amazon será disponibilizado em outros países da região antes de chegar ao Brasil, onde a expectativa é de que comece a operar plenamente entre o fim de 2025 e o início de 2026.
O modelo de negócios prevê diferentes tipos de antenas receptoras, com versões compactas para usuários residenciais e equipamentos mais avançados para clientes empresariais e órgãos governamentais.
O investimento no projeto ultrapassa os US$ 10 bilhões e inclui a fabricação dos satélites, a infraestrutura terrestre e os chamados “gateways”, pontos de conexão entre a rede espacial e as redes de fibra óptica no solo.
Vale destacar que a Amazon não comercializará o produto aqui no Brasil. Essa operação será feita por uma parceira, a Vrio, dona da SKY, que será responsável pelo atendimento direto ao cliente.
Com a entrada da Amazon e o interesse de empresas chinesas, a competição no mercado de internet via satélite promete aquecer nos próximos anos, trazendo mais opções para os consumidores e desafiando a hegemonia da Starlink no Brasil.