O Ministério da Educação (MEC) anunciou, nesta quarta-feira (23), o lançamento do Enamed (Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica), uma nova prova que tem como objetivo avaliar a qualidade dos cursos de medicina no Brasil. A iniciativa busca garantir que a formação dos profissionais da área da saúde esteja em conformidade com os padrões necessários para um atendimento médico de excelência.
Além de servir como uma ferramenta para avaliar os cursos de medicina, o Enamed também poderá ser utilizado no processo seletivo para a residência médica. Os critérios de pontuação adotados serão os mesmos utilizados no Enare (Exame Nacional de Residência), facilitando a transição dos graduados para a especialização e assegurando uma avaliação mais padronizada dos candidatos.
Enamed
O Enamed será composto por 100 questões de múltipla escolha abordando diversas áreas da medicina, como clínica médica, cirurgia geral, pediatria, ginecologia e obstetrícia, medicina da família e comunidade, saúde mental e saúde coletiva.
O exame tem como público-alvo estudantes de medicina inscritos no Enade que desejam usar a nota para o processo seletivo do Enare, além de médicos já formados que buscam vagas de residência médica de acesso direto. O MEC estima que cerca de 42 mil pessoas participem da primeira edição.
A primeira aplicação do Enamed está prevista para 2025, abrangendo aproximadamente 200 municípios em todo o Brasil. As inscrições serão abertas em julho, com as provas marcadas para outubro e os resultados divulgados em dezembro.
O ministro da Educação, Camilo Santana, também mencionou a criação de uma segunda etapa do exame, destinada à avaliação dos estudantes de medicina que estiverem na metade do curso. No entanto, a data para a implementação dessa fase ainda não foi definida.
Medicina no Brasil
O Brasil vive uma expansão acelerada na formação médica, com 190 novas escolas médicas criadas nos últimos dez anos, totalizando cerca de 400 faculdades, ficando atrás apenas da Índia. No entanto, essa expansão rápida levanta preocupações sobre a qualidade do ensino, já que muitas instituições não possuem infraestrutura adequada, como hospitais de ensino e programas de residência médica.
Além disso, a falta de vagas para residência médica é um problema: o país forma 40 mil médicos anualmente, mas apenas metade consegue se especializar. Isso força muitos a entrarem diretamente no mercado de trabalho, muitas vezes com dívidas do financiamento estudantil, o que pode comprometer a qualidade do atendimento e sobrecarregar o sistema de saúde.