O café, presença constante nas mesas brasileiras, tem pesado cada vez mais no bolso do consumidor. Nos últimos meses, o preço do grão disparou, causando preocupação tanto entre os amantes da bebida quanto entre os analistas de mercado.
E o cenário não mudou em maio. O aumento contínuo no valor do café foi um dos principais fatores que pressionaram a inflação do mês, afetando o custo de vida da população.
Alta no preço do café impacta inflação de maio
Segundo dados mais recentes do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o café moído acumulou uma alta de mais de 80% nos últimos doze meses.
Apenas em maio, o preço do produto subiu 4,59% em relação a abril, mantendo-se entre os itens alimentícios que mais influenciaram o índice inflacionário.
Embora o setor de alimentos e bebidas tenha registrado um avanço mais moderado no período, com variação de apenas 0,17%, itens como batata-inglesa e cebola também encareceram e reforçaram a pressão inflacionária ao lado do café.
A valorização do produto se explica, principalmente, por uma combinação de estoques reduzidos e colheitas abaixo do esperado nos principais países produtores. No Brasil, maior fornecedor mundial do grão, a safra de 2024 registrou queda em relação ao ano anterior.
Problemas climáticos, como estiagens e floradas irregulares, comprometeram a produtividade das lavouras, especialmente nas regiões produtoras da variedade arábica. A demanda global, por outro lado, permaneceu firme, intensificando o desequilíbrio entre oferta e procura.
Esse descompasso tem mantido os preços elevados no mercado interno e externo. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o quilo do café torrado e moído passou de cerca de R$ 31,77 em maio de 2024 para mais de R$ 69,00 em 2025.
Além das condições climáticas, fatores como a volatilidade do dólar também influenciam, uma vez que o café é uma commodity negociada internacionalmente.
Quando o café volta para seu preço normal?
Para que o consumidor volte a encontrar preços mais acessíveis, será preciso que a próxima safra brasileira seja mais robusta.
Especialistas apontam que a floração prevista para os meses de agosto e setembro será determinante.
Se o clima colaborar, 2026 pode registrar uma colheita histórica. Até lá, no entanto, a tendência é de instabilidade, com o mercado oscilando ao sabor de previsões e incertezas climáticas.