A intensa colheita da safra de feijão-preto e feijão-carioca tem levado à redução expressiva dos preços no Brasil, beneficiando o consumidor e ajudando a conter a inflação dos alimentos.
De acordo com o Instituto Brasileiro do Feijão e Pulses (Ibrafe), os valores praticados no mercado caíram significativamente nos últimos meses, especialmente no caso do feijão-carioca, variedade mais consumida no país.
Preço do feijão-carioca cai quase pela metade
Dados do Ibrafe indicam que, em fevereiro de 2025, o feijão-carioca estava sendo comercializado a um preço 29% inferior ao mesmo período do ano anterior. O feijão-preto registrou uma queda ainda maior, com valores 42% mais baixos.
O movimento de queda continuou ao longo dos meses seguintes, culminando em um recuo de 16% no preço da saca de 60 kg do feijão-carioca entre abril e maio, de R$ 180,97 para R$ 151,54. Já o feijão-preto teve uma redução de 5%, passando de R$ 199,94 para R$ 189,61 no mesmo período.
Vale mencionar que a tendência de queda dos preços tem relação direta com o aumento da oferta no mercado. A colheita da primeira e segunda safras foi expressiva, e a previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) é de que a safra total de feijão no ciclo 2024/25 alcance 3,3 milhões de toneladas, um crescimento de 1,5% em comparação ao ciclo anterior.
Aumento na produção diminui o preço do alimento
Outro detalhe importante é que o aumento da oferta interna não tem sido suficiente para segurar as exportações do feijão brasileiro. Segundo a Secretaria de Comércio Exterior, os embarques do grão atingiram 14,9 mil toneladas em fevereiro, o maior volume para o mês desde 1997. No acumulado de 12 meses, as exportações alcançaram 388,2 mil toneladas, um recorde histórico.
Com isso, a expectativa dos produtores é de que o Governo Federal intervenha no mercado por meio da Conab, adquirindo parte da produção para recompor os estoques reguladores. Isso porque, apesar da alta produção, a previsão é de uma terceira safra 7,3% menor do que as projeções iniciais.
Dessa forma, essa estratégia ajudaria a evitar prejuízos no campo e garantir um equilíbrio nos preços do alimento.