Um levantamento recente revelou uma queda expressiva nos orçamentos das agências reguladoras federais, que enfrentam um cenário crítico de desfinanciamento.
Segundo a CNN Brasil, nos últimos cinco anos, os recursos destinados a essas instituições caíram até 42%, de acordo com dados atualizados pela inflação.
A redução compromete diretamente a capacidade de fiscalização em setores essenciais, como saúde, energia elétrica e telecomunicações.
As agências alertam que o repasse abaixo do solicitado pode levar a falhas graves no acompanhamento de contratos e serviços que impactam milhões de brasileiros.
Agências reguladoras estão em crise após orçamento cair até 42%
As agências reguladoras são autarquias federais independentes, criadas para monitorar, regulamentar e fiscalizar serviços públicos delegados à iniciativa privada.
Seu papel é garantir que empresas cumpram obrigações legais e contratuais, mantendo padrões mínimos de qualidade e segurança para os consumidores.
Entre as principais instituições estão:
- a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel);
- a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS);
- a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel);
- a Agência Nacional do Petróleo (ANP);
- a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT);
- e a Agência Nacional de Mineração (ANM).
O levantamento mostra que a Aneel perdeu 32% de seu orçamento em cinco anos, enquanto a ANS sofreu corte de 40%. A ANP registrou a maior redução: 42%. Até mesmo a Anatel, que teve retração mais moderada, viu seus recursos encolherem 19%.
A situação é agravada pelo fato de que, em muitos casos, as próprias agências arrecadam receitas específicas — como taxas e multas — que não são totalmente repassadas a elas.
Agências reguladoras alertam que redução no orçamento prejudica consumidores
Dirigentes das instituições alertam que a falta de verba já se reflete na prática. A Aneel, por exemplo, conta hoje com menos de 50 fiscais para cobrir todo o território nacional, comprometendo a inspeção de distribuidoras e usinas.
Na ANA, o risco é a interrupção da rede de monitoramento hidrológico, essencial para prever enchentes e secas. Já a ANS relata atrasos em processos de ressarcimento ao SUS e dificuldades na modernização de seus sistemas.
As agências afirmam que, sem um mínimo de estabilidade financeira, cresce o risco de falhas de mercado, prejuízos à população e insegurança jurídica — o que pode afugentar investimentos e comprometer serviços essenciais.
O tema já chegou ao Congresso, onde propostas tentam blindar parte dos recursos destinados às atividades-fim dessas entidades.