A Fórmula 1 sempre foi marcada pela combinação de velocidade extrema e tecnologia de ponta, mas também por um passado repleto de perigos. No início, os pilotos corriam sem cintos de segurança e usavam capacetes com pouca proteção, o que tornava os acidentes fatais frequentes.
Até os anos 70, era quase certo que alguns dos competidores fotografados no início da temporada de Fórmula 1, não estariam presentes no encerramento. No entanto, ao longo do tempo, tragédias em pista levaram a importantes avanços nas normas de segurança, garantindo mais proteção tanto para os pilotos quanto para suas equipes.
Acidentes marcantes da Fórmula 1
- 1976 – Acidente de Niki Lauda (GP da Alemanha): Lauda sofreu um grave acidente com incêndio, resultando em queimaduras e danos pulmonares. O episódio levou à adoção de capacetes mais resistentes ao fogo, à obrigatoriedade do uso de roupas anti-chamas e à revisão dos protocolos de segurança da FIA.
- 1994 – Acidente de Ayrton Senna (GP de San Marino): O acidente fatal de Senna e a morte de Roland Ratzenberger, no mesmo fim de semana, levaram à adoção de capacetes mais resistentes, reforço estrutural dos carros e aprimoramento nos sistemas de proteção da cabeça dos pilotos. A FIA implementou o sistema HANS (Head and Neck Support) e endureceu as regras de construção dos monopostos para priorizar a segurança.
- 2009 – Acidente de Felipe Massa (GP da Hungria): Durante a classificação para o GP, Massa foi atingido na cabeça por uma mola solta do carro de Rubens Barrichello. O que levou à melhorias na resistência dos capacetes e introdução de uma viseira de segurança adicional para evitar ferimentos causados por objetos externos. Também foram feitos reforços no cockpit e no sistema de absorção de impacto.
- 2014 – Acidente de Jules Bianchi (GP do Japão): Bianchi colidiu com um guindaste que removia outro carro da pista. Ele teve uma lesão cerebral severa e faleceu em 2015. O impacto levou à introdução do sistema Halo em 2018, um dispositivo de proteção que envolve a parte superior do cockpit e protege a cabeça dos pilotos contra impactos diretos. O Halo se tornou uma das inovações mais importantes da segurança da Fórmula 1 moderna.
Questão de segurança
A FIA teve um papel crucial ao estabelecer regras para a construção dos carros, equipamentos dos pilotos, barreiras de proteção e treinamento médico, na Fórmula 1 e demais categorias. Os materiais também evoluíram, substituindo alumínio e aço por fibra de carbono e kevlar, que garantem mais resistência e menos peso.
O monocoque passou a ser feito com esses compostos e submetido a rigorosos testes antes da homologação. As pistas foram adaptadas com áreas de escape ampliadas e barreiras mais eficientes, enquanto a fiscalização sobre os pilotos se tornou mais rígida, com punições para condutas perigosas.