Pesquisas recentes trouxeram à tona uma preocupação crescente no campo da saúde pública: a relação entre uma condição conhecida como síndrome metabólica e o aumento no risco de demência precoce — aquela que surge antes dos 65 anos.
De acordo com um estudo publicado na revista científica Neurology, indivíduos com essa síndrome têm mais chances de apresentar comprometimento cognitivo ao longo da vida.
A síndrome que pode piorar risco de ter demência
A síndrome metabólica é uma combinação de fatores que, juntos, elevam consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares.
Entre os principais componentes estão: acúmulo de gordura abdominal, hipertensão, alterações na glicose sanguínea (como pré-diabetes ou diabetes tipo 2), níveis elevados de triglicérides e redução do colesterol HDL, considerado o “colesterol bom”.
O diagnóstico é feito quando ao menos três desses elementos estão presentes em uma mesma pessoa.
O estudo analisou dados de quase dois milhões de adultos sul-coreanos entre 40 e 60 anos, acompanhando-os até que atingissem os 65 anos.
Os resultados mostraram que um em cada quatro participantes apresentava síndrome metabólica. Aqueles diagnosticados com a condição por volta dos 40 anos apresentaram um risco 24% maior de desenvolver qualquer forma de demência.
O impacto foi mais expressivo nos casos de demência vascular, associada a problemas circulatórios cerebrais, mas também houve aumento na incidência de Alzheimer.
Por que a síndrome aumenta risco de demência e como evitar?
Essa relação não é meramente casual. Os componentes da síndrome contribuem diretamente para o comprometimento da saúde vascular e inflamações crônicas, afetando a oxigenação e a nutrição do cérebro ao longo do tempo.
A gordura abdominal, por exemplo, é um marcador de disfunções metabólicas que podem gerar inflamação sistêmica, enquanto a pressão alta e o excesso de açúcar no sangue danificam os vasos cerebrais, comprometendo as funções cognitivas.
O alerta dos especialistas é claro: manter o metabolismo sob controle vai além da prevenção de doenças cardíacas — é também uma estratégia essencial para preservar a saúde mental no futuro.
A adoção de hábitos como alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e acompanhamento médico são caminhos eficazes para reduzir o risco de desenvolver demência, especialmente nas fases mais ativas da vida.
Em um cenário de envelhecimento populacional, prevenir distúrbios metabólicos pode ser uma das principais armas para proteger o cérebro.