A AngloGold Ashanti, uma das maiores mineradoras de ouro do mundo, mantém desde 1984 uma operação impressionante na cidade mineira de Sabará, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). A Mina Cuiabá é considerada hoje a mais profunda do Brasil, com galerias que chegam a 1.600 metros abaixo da terra, o ponto mais baixo acessível no território nacional.
De acordo com dados divulgados pela própria empresa e pela Agência Nacional de Mineração (ANM), o local não só preserva a tradição centenária da mineração em Minas Gerais, como também se destaca pela adoção de práticas sustentáveis e tecnologias de ponta.
Vale mencioar que as reservas já detectadas indicam que há ouro até 2.400 metros de profundidade, o que mantém a atividade viva por muitos anos.
Com isso, Sabará segue como uma cidade mineira que, mesmo no século 21, ainda vive da extração de ouro, contribuindo fortemente para os resultados globais da empresa, que também opera em outros oito países.
Cidade tem inovação debaixo da terra
A infraestrutura da Mina Cuiabá é digna de grandes centros industriais. São 330 quilômetros de túneis, que se assemelham a um formigueiro no subsolo.
Para garantir conforto térmico e segurança, a mina conta com um avançado sistema de ventilação, capaz de resfriar o ar para cerca de 2 °C, reduzindo a temperatura interna para 24 °C, mesmo a mais de 1.000 metros de profundidade.
Outro detalhe importante é que a operação é quase toda autossuficiente. A água utilizada para resfriar as brocas, por exemplo, é tratada e reutilizada, sem necessidade de abastecimento externo.
Além disso, a mina opera com escavadeiras elétricas e sistemas de ventilação inteligente, que acionam o resfriamento apenas onde há trabalhadores, economizando 7% no consumo de energia.
Vale mencionar que a conectividade também impressiona. São 444 roteadores espalhados pelos túneis, permitindo a operação remota de máquinas, além de suporte a telefonia e rádio, o que garante máxima segurança aos colaboradores.
Sustentabilidade e desenvolvimento social
Sendo assim, a Mina Cuiabá não representa apenas a continuidade da mineração, mas também a transformação do setor rumo a uma economia mais verde.
A AngloGold já opera com energia elétrica 100% livre de carbono e superou sua meta de redução de emissões previstas para 2030, alcançando 63% de corte antes do prazo. A meta final é zerar as emissões até 2050, dentro do Pacto Global da ONU.
Além disso, o impacto social também é visível. Desde 2023, a mineradora intensificou suas ações de diversidade e inclusão. O número de mulheres trabalhando no subsolo saltou de 6% para 14%, com a criação de estruturas específicas, como o Espaço Mulher no nível 11.
Outro destaque relevante é o projeto Nova Vila, aprovado recentemente pela ANM, que irá transformar antigas minas desativadas em Nova Lima em centros culturais, áreas verdes e espaços residenciais sustentáveis.