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A cidade amazônica construída pelos EUA no coração do Brasil

Por Leticia Florenço
12/06/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Belterra - Reprodução

Belterra - Reprodução

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Fundada em 1934 pelo empresário norte-americano Henry Ford, Belterra é uma cidade no oeste do Pará, resultado direto do ambicioso projeto de expansão da indústria da borracha na Amazônia. Ford não apenas quis fabricar borracha, mas controlar toda a cadeia produtiva, da seringueira ao produto final.

Assim, Belterra nasceu como um modelo urbano inspirado nas cidades americanas do Norte dos EUA, transplantando o estilo e a lógica industrial para o coração da floresta amazônica.

Localizada a aproximadamente 45 km de Santarém, Belterra é acessível pela Rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), uma via estratégica que conecta a região amazônica a importantes centros do país.

A cidade está numa área de grande biodiversidade e riqueza natural, tornando seu acesso não só um trajeto para o passado industrial, mas também uma porta para a cultura e natureza amazônica.

População e influências culturais

Hoje, Belterra possui cerca de 16.800 habitantes, segundo dados do IBGE. A população local vive em uma cidade onde o passado americano e a cultura amazônica se misturam.

Os traços arquitetônicos, as instituições públicas, e até mesmo a organização urbana remetem diretamente ao período em que a Ford investiu para a exploração da seringueira, moldando um cenário que dialoga entre Brasil e Estados Unidos.

A decisão de Henry Ford de instalar uma plantação própria de seringueiras no Brasil visava garantir o fornecimento constante e controlado da borracha, crucial para a indústria automobilística da época.

Esse investimento criou uma verdadeira cidade modelo: com creches, escolas, hospital, e infraestrutura pensada para os trabalhadores e suas famílias, os seringueiros e os técnicos americanos que chegaram para coordenar o projeto.

Arquitetura e infraestrutura

Belterra preserva até hoje diversos elementos do projeto original, como a imponente caixa d’água de cerca de 40 metros, que servia também para avisar os seringueiros sobre o início e fim da jornada de trabalho através de uma sirene.

Além disso, os hidrantes estrategicamente posicionados e as residências de estilo americano na Vila dos Mensalistas são testemunhos vivos daquele período. Essas construções representam um raro exemplo de arquitetura e planejamento urbano norte-americanos no Brasil.

Preservação e desafios

Moradores como Rosa Maria Siqueira dedicam-se à manutenção da arquitetura original, embora enfrentem dificuldades como a deterioração causada por cupins e a escassez de materiais compatíveis.

Para muitos habitantes, manter viva essa memória e estilo é um orgulho, mas também um desafio constante diante do clima e do tempo. A tranquilidade da cidade, relatada por novos moradores como Sebastião Farias, contrasta com as grandes cidades amazônicas vizinhas, como Manaus e Santarém.

Patrimônio natural

Belterra não é só história industrial, mas também um portal para uma das áreas mais preservadas da Amazônia: a Floresta Nacional do Tapajós.

Considerada uma unidade de conservação de grande importância, a Flona oferece aos visitantes uma diversidade de experiências, como trilhas, banhos em igarapés, passeios de canoa e contato direto com comunidades locais, que produzem artesanato e óleos naturais, mantendo vivas suas tradições e o respeito pelo meio ambiente.

Novidades para o turismo

Recentemente, um novo atrativo vem chamando a atenção: o Mirante da “Goela da Morte”. Instalado nos fundos da casa de uma moradora, o mirante oferece uma vista panorâmica privilegiada da floresta, proporcionando aos visitantes uma experiência imersiva e de contemplação da exuberância amazônica.

Embora ainda improvisado, é um símbolo do turístico e do interesse crescente pela região.

Visitar Belterra é mergulhar em uma narrativa única, onde a selva e a indústria, o Brasil e os Estados Unidos, o passado e o presente, se encontram.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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