As doenças de pele afetam bilhões de pessoas e vão além das consequências físicas, gerando estigma e isolamento social. Segundo Myriam Cohen-Welgryn, presidente da Divisão de Beleza Dermatológica da L’Oréal, 30% das pessoas com problemas cutâneos no rosto sentem-se rejeitadas, e 50% das que têm eczema enfrentam dificuldades na intimidade. O problema se agrava com fatores como mudanças climáticas, envelhecimento e estresse.
Além do câncer de pele, condições como dermatite atópica, xerodermia, queda de cabelo, caspa, acne e problemas de pigmentação impactam milhões, tornando essencial ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento. A desigualdade no atendimento dermatológico é um desafio global, com 2,1 bilhões de pessoas vivendo com alguma condição de pele, o equivalente a uma em cada quatro pessoas no mundo.
Saúde da pele
“A saúde é um direito humano fundamental, e a saúde da pele é essencial para o bem-estar”, afirma Cohen-Welgryn. No entanto, a falta de especialistas é um grande desafio. Um estudo global aponta que a distribuição de dermatologistas é desigual, com muitos países tendo menos de três profissionais para cada 100 mil habitantes e, em alguns casos, nenhum.
No Brasil, a média de 11,1 dermatologistas por 100 mil habitantes não garante atendimento igualitário. Um levantamento da We Cancer e La Roche-Posay indica que, embora 71,6% dos pacientes oncológicos apresentem sintomas dermatológicos, apenas 22,6% conseguem consulta com um especialista, e só 31,5% dos encaminhados realizam o tratamento pelo SUS.
Iniciativas de cuidado
Para ampliar o acesso à saúde dermatológica, a Divisão de Beleza Dermatológica da L’Oréal, em parceria com a Fundação da OMS, lançou o L’Oréal Act for Dermatology. Com investimento inicial de 20 milhões de euros e um plano de cinco anos, a iniciativa foca em pesquisa, conscientização, educação e ampliação de tratamentos.
Suas ações incluem estudos sobre barreiras no atendimento, capacitação de profissionais e programas para facilitar diagnósticos e tratamentos. O lançamento ocorre em um momento estratégico, com a expectativa de que a 78ª Assembleia Mundial da Saúde, em 2025, inclua as doenças dermatológicas como prioridade global.