No Brasil, a previdência privada continua sendo acessível a uma pequena parcela da população. De acordo com a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), apenas 10% dos brasileiros possuem um plano complementar. Mesmo assim, a demanda por segurança financeira vem crescendo como nunca.
Os planos de previdência privada oferecem benefícios fiscais, mas há uma distinção importante entre os Planos Geradores de Benefício Livre (PGBL) e os Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL). Enquanto o PGBL permite que o investidor deduza até 12% da renda tributável na declaração completa do Imposto de Renda, proporcionando um ganho fiscal relevante a longo prazo, o VGBL não conta com essa vantagem.
Valorização do dinheiro em cada modelo
Essa vantagem, no entanto, é exclusiva para quem faz a declaração completa do Imposto de Renda. Como a maioria dos brasileiros opta pela versão simplificada, o VGBL acaba sendo a alternativa mais vantajosa. Os números confirmam essa preferência: em 2024, os planos de previdência privada aberta arrecadaram R$ 196,1 bilhões, dos quais 91% foram direcionados aos VGBLs, enquanto os PGBLs representaram apenas 8% do total.
Fazer a escolha errada entre os dois tipos de plano pode gerar prejuízos. Investir em um PGBL sem optar pela declaração completa do IR resulta em uma dupla tributação, já que o imposto é cobrado sobre o montante total no resgate, e não apenas sobre os ganhos, como acontece no VGBL. Por outro lado, quem tem direito às vantagens do PGBL, mas escolhe o VGBL, perde a oportunidade de um benefício fiscal que potencializa os rendimentos ao longo do tempo.
Mudanças na previdência privada
Além da escolha do plano, a nova legislação da previdência privada trouxe uma mudança importante: a escolha entre tributação progressiva ou regressiva agora pode ser feita apenas no momento do resgate, tornando a decisão mais estratégica. No entanto, algumas instituições ainda exigem essa escolha antecipadamente, então é importante verificar antes de contratar.
Quem já havia optado pelo regime progressivo pode revisar sua decisão, pois as seguradoras devem considerar o histórico de aportes dos últimos 20 anos para manter a contagem do tempo na tributação regressiva. Diante dessas mudanças, entender as regras antes de qualquer movimentação pode fazer a diferença para uma aposentadoria mais vantajosa.