Em 2024, o Brasil alcançou um recorde na criação de empregos formais e registrou a menor taxa de desemprego já medida. Apesar desse avanço, a informalidade segue sendo um desafio significativo em várias partes do país.
Segundo dados da Pnad Contínua do IBGE, em sete estados, mais da metade da população ocupada ainda trabalha sem carteira assinada. O problema é mais acentuado nas regiões Norte e Nordeste, especialmente nos estados do Pará, Piauí, Maranhão, Ceará, Amazonas, Bahia e Paraíba, onde a estrutura produtiva ainda favorece ocupações informais.
Informalidade no Brasil
Em 2015, os trabalhadores com carteira assinada recebiam, em média, 73% a mais do que os informais. No entanto, até o final de 2024, essa diferença caiu para aproximadamente 31%. Com a redução dessa disparidade salarial, muitos profissionais passaram a optar por atividades autônomas ou empregos sem registro, buscando maior flexibilidade e, em alguns casos, rendimentos mais vantajosos.
- Taxa de informalidade: 38,3% no trimestre encerrado em janeiro de 2025 (equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores). No mesmo período de 2024, era de 39% (39,2 milhões).
- População ocupada: 103 milhões de trabalhadores. Redução de 0,6% em relação ao trimestre anterior (-641 mil pessoas) e crescimento de 2,4% no comparativo anual (+2,4 milhões).
- Nível de ocupação: 58,2% no trimestre atual, abaixo do registrado no trimestre anterior (58,7%), mas superior ao de janeiro de 2024 (57,3%).
Especialistas destacam que a elevada informalidade é impulsionada por diversos fatores, sendo a baixa remuneração em empregos formais um dos principais. Essa realidade afeta especialmente os trabalhadores com menor qualificação, para os quais a informalidade pode parecer uma alternativa mais vantajosa.
Como reverter o cenário?
Especialistas apontam que a formalização do trabalho pode ser impulsionada por políticas públicas que valorizem o emprego com carteira assinada. Entre as medidas sugeridas estão o aumento do salário mínimo, a ampliação do acesso ao MEI e a regulamentação do trabalho por aplicativos, garantindo melhores condições para quem atua nesses setores.
Além disso, medidas que reforcem a segurança previdenciária e facilitem o acesso ao crédito para trabalhadores autônomos são fundamentais para transformar a informalidade em uma opção mais sustentável no longo prazo.