Pesquisas recentes têm explorado como fatores ambientais, como o calor, influenciam o processo de envelhecimento humano. Um estudo publicado na Science Advances revelou que a exposição prolongada a temperaturas extremas pode acelerar o envelhecimento epigenético, um indicador biológico da idade das células e tecidos.
O estudo examinou amostras de sangue de 3.686 adultos nos Estados Unidos e comparou os resultados com dados históricos de calor extremo em suas regiões. Os pesquisadores encontraram uma relação direta entre altas temperaturas e o envelhecimento epigenético acelerado.
Envelhecimento pelo calor
A sensação térmica não é determinada apenas pela temperatura, mas também pela umidade. O estudo analisou exposições a condições extremas, com temperaturas superiores a 51,1 ºC. A avaliação do DNA dos participantes indicou que a permanência prolongada em áreas de calor intenso pode antecipar o envelhecimento epigenético em até 2,48 anos, elevando o risco de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas.
Além da exposição ao calor, outros aspectos como alimentação, prática de exercícios, estresse e qualidade do sono influenciam o envelhecimento celular. Uma dieta saudável ajuda a proteger as células, enquanto o exercício físico diminui inflamações. Por outro lado, o estresse e a falta de sono podem acelerar esse processo. A pesquisa destaca a importância dos fatores ambientais na saúde e na longevidade.
Dessa forma, especialistas recomendam a implementação de políticas públicas para minimizar os impactos das mudanças climáticas na saúde, como a criação de áreas verdes, a instalação de espaços sombreados, a realização de campanhas educativas e o uso de tecnologias para reduzir o calor urbano.
Outros problemas
Além de afetar o envelhecimento celular, a exposição ao calor intenso estimula a produção de radicais livres, comprometendo o equilíbrio energético do corpo. Não é só a exposição direta ao sol que traz riscos; ambientes quentes e fechados, como cozinhas e carros, também podem prejudicar a pele.
De acordo com a farmacêutica Mika Yamaguchi, em entrevista ao portal Sincofarma, a radiação infravermelha A penetra intensamente na pele, danificando o colágeno e acelerando o processo de envelhecimento. Esse fenômeno provoca um déficit energético nas células, o que resulta em um aumento na produção de radicais livres nas mitocôndrias.
Os fotoprotetores não bloqueiam totalmente os raios UVA e a radiação infravermelha A, tornando essencial o uso de antioxidantes para neutralizar os radicais livres sem efeitos tóxicos. A exposição excessiva ao calor pode causar mal-estar, dor de cabeça, visão turva e náusea, sinais de hipertermia. Nesses casos, recomenda-se buscar um local fresco, aplicar compressas frias na nuca e procurar ajuda médica se os sintomas persistirem.