A Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e a Universidade Federal do Piauí (UFPI) analisaram um fóssil de madeira de aproximadamente 280 milhões de anos, encontrado em Amarante, no Piauí.
É importante mencionar que a descoberta, que pode indicar a existência de uma antiga floresta ancestral, está ajudando cientistas a reconstruir o passado da Terra durante a Era Paleozóica.
Floresta ancestral abre janela para o passado
O fóssil foi encontrado por moradores locais, Manoel Duarte e Arlenilsa Duarte, próximo ao rio Mulato. Segundo relatos, o objeto foi transportado por um caminhão de pedras, o que torna sua origem exata incerta. O material passou por análises detalhadas que confirmaram sua idade e revelaram traços característicos de uma floresta fossilizada.
O paleontólogo Roberto Iannuzzy, da UFRGS, ressaltou a importância da descoberta, afirmando que a região pode abrigar outros fósseis semelhantes. “Nosso projeto é catalogar essas localidades para compreender a extensão dessas antigas florestas. Estudos como esse ajudam a contar a história da vida na Terra”, explicou.
O mapeamento dessas áreas pode revelar uma maior diversidade de espécies vegetais desse período, além de fornecer informações sobre o clima da época. No entanto, para que novas expedições sejam realizadas, é necessário encontrar mais evidências semelhantes.
Novas espécies de plantas
Pesquisadores também descobriram duas novas espécies de plantas fossilizadas na região da Barragem Boa Esperança, em Nova Iorque do Maranhão. A doutoranda Domingas Maria da Conceição, da UFRGS, liderou a pesquisa com participação de especialistas do Brasil e da Argentina.
As espécies, batizadas de Novaiorquepitys maranhensis e Yvyrapitys novaiorquensis, pertencem ao grupo das gimnospermas, parentes de pinheiros e araucárias. Esses fósseis possuem uma estrutura interna preservada que fornece pistas sobre o ambiente da época. Segundo os cientistas, a região era coberta por densos bosques, semelhantes aos encontrados no sul do Brasil atualmente.
O estudo foi publicado na renomada revista internacional Review of Palaeobotany and Palynology, consolidando a relevância da descoberta. Além disso, a presença de plantas fossilizadas que cresciam às margens de lagos sugere um ecossistema diversificado, reforçando a hipótese de que o Nordeste brasileiro abrigava florestas exuberantes na Era Paleozóica.