Nos próximos anos, um cientista brasileiro embarcará em uma missão inusitada: ele viajará ao espaço para aprofundar suas pesquisas sobre o autismo e outras condições neurológicas, como o Alzheimer.
O objetivo é utilizar o ambiente da microgravidade para acelerar estudos que podem trazer avanços significativos no entendimento dessas duas doenças que afetam milhões de pessoas pelo mundo.
Conheça o brasileiro que vai estudar autismo indo ao espaço
Alysson Muotri, neurocientista e professor da Universidade da Califórnia, em San Diego, tem dedicado sua carreira ao estudo do cérebro humano, especialmente no que diz respeito ao autismo.
Com uma trajetória marcada por descobertas inovadoras, ele se especializou no uso de minicérebros, pequenas estruturas criadas a partir de células-tronco que replicam aspectos do desenvolvimento cerebral.
Essas estruturas são essenciais para entender doenças que afetam o sistema nervoso, como o autismo e o Alzheimer, e testar novos tratamentos.
O brasileiro também é cofundador da startup de biotecnologia Tismoo, um laboratório dedicado a análises genéticas que trabalha com foco em perspectivas terapêuticas para o autismo e outros transtornos neurológicos de origem genética, o primeiro do mundo com essa missão.
Dessa vez, Muotri pretende levar sua pesquisa para a Estação Espacial Internacional (ISS).
Já foi comprovado que as células cerebrais envelhecem de maneira acelerada no espaço devido à microgravidade.
Isso permite aos cientistas observarem, em um curto período de tempo, alterações que normalmente demorariam décadas para ocorrer na Terra.
Com esse fenômeno, Muotri espera identificar padrões de envelhecimento e testar novas abordagens para retardar ou reverter danos causados por doenças neurodegenerativas.
Brasileiro deve ir ao espaço estudar autismo em 2026
A previsão é que a viagem ocorra em 2026, com um treinamento intenso na NASA antes da missão.
Enquanto aguarda a confirmação da data, Muotri segue realizando experimentos preliminares em seu laboratório, preparando as amostras que serão enviadas ao espaço.
Entre elas, estarão minicérebros derivados de pacientes com autismo e Alzheimer, além de outras condições neurológicas.
Outro aspecto inovador do projeto é o uso de substâncias naturais extraídas da Floresta Amazônica, em parceria com a Universidade Federal do Amazonas.
Essas moléculas serão testadas nos minicérebros em órbita, permitindo avaliar seus efeitos na prevenção e tratamento do envelhecimento celular acelerado.
Com colaborações internacionais e um enfoque pioneiro, a pesquisa de Muotri pode representar um grande salto para a neurociência.
Se bem-sucedida, essa missão abrirá caminho para o desenvolvimento de novas terapias, oferecendo esperança para milhões de pessoas afetadas por doenças neurológicas em todo o mundo.