Presenciar uma criança caindo e batendo a cabeça pode ser um momento assustador para os adultos, gerando dúvidas sobre como agir. A preocupação é compreensível, pois um trauma na cabeça pode representar um risco, embora nem sempre seja grave. Diante disso, o mais importante é tentar manter a calma para avaliar a situação com clareza.
Segundo o neuropediatra Manoel Jacinto de Abreu Neto, do Sabará Hospital Infantil, em entrevista à CNN, a idade da criança é um fator essencial na análise da gravidade da queda. Quanto menor a criança, maior deve ser a atenção. Além disso, é fundamental considerar o mecanismo do trauma, ou seja, a forma como a queda aconteceu e de que altura, para determinar se há necessidade de atendimento médico imediato.
Queda de crianças
Bebês entre três e cinco meses devem receber atendimento no pronto-socorro independentemente da altura da queda. Para crianças de até dois anos, a avaliação médica é necessária se a queda ocorrer de mais de um metro. Já para aquelas com mais de dois anos, o atendimento deve ser buscado caso a altura da queda ultrapasse 1,5 metro.
Caso a cabeça seja atingida, a idade segue como um fator chave. Bebês com menos de seis meses são mais vulneráveis e têm um risco elevado de sangramento no sistema nervoso central, tornando essencial a avaliação médica imediata.
Em crianças mais velhas, a realização de exames é indicada quando há sinais de alerta, como mudanças no nível de consciência, sonolência excessiva, irritabilidade, desmaios, vômitos frequentes e dor de cabeça contínua. Além disso, um choro persistente e inconsolável, que não melhora com medicação ou contato dos pais, pode ser um indicativo de complicação.
Atendimento rápido
Em casos graves, a assistência médica é fundamental para prevenir complicações, como o sangramento intracraniano, especialmente em casos de traumatismo crânio-encefálico. No entanto, esse tipo de ocorrência é menos frequente, sendo mais comum que as quedas causem apenas hematomas superficiais, como o popular “galo” na cabeça.
Se houver sangramento interno, o caso se torna mais sério e pode exigir uma análise médica mais aprofundada, podendo, em algumas situações, necessitar de intervenção cirúrgica. Por isso, é essencial que pais e responsáveis estejam atentos aos sinais de alerta e procurem atendimento médico sempre que houver suspeita de complicações.