Buracos negros são conhecidos como alguns dos objetos mais misteriosos e enigmáticos do universo, possuindo uma gravidade tão intensa que nada, nem mesmo a luz, consegue escapar de sua atração. Cientistas estão estudando os efeitos desses monstros cósmicos de perto, mas o que aconteceria se um buraco negro realmente atravessasse o corpo humano?
Buracos negros primordiais são uma classe teórica de buracos negros que poderiam ter surgido logo após o Big Bang, quando o universo era extremamente quente e denso. Diferentes dos buracos negros estelares, que se formam a partir da morte de estrelas massivas, os primordiais podem ter massas que variam desde um átomo até várias vezes a massa da Terra. Embora não tenham sido observados até hoje, os cientistas acreditam que eles são raríssimos, se existirem.
O efeito de um buraco negro sobre um objeto depende de sua massa. Buracos negros com diferentes massas terão diferentes intensidades de força gravitacional, e isso afeta diretamente como eles interagem com o que está ao seu redor. No caso do corpo humano, os efeitos seriam muito diferentes dependendo do tamanho do buraco negro envolvido.
As forças de maré são as mudanças de gravidade que ocorrem na medida em que você se aproxima de um objeto massivo como um buraco negro. Quanto mais perto você estiver do centro do buraco negro, mais intensas serão essas forças. Para entender isso, imagine que seu corpo é puxado de maneira desigual, a gravidade do buraco negro agiria mais forte em uma parte do corpo que estava mais próxima dele, como os pés, e mais fraca na parte mais distante, como a cabeça.
O que acontece se um buraco negro atravessar um humano?
Se um buraco negro com a massa de um asteroide passasse perto de seu corpo, as forças de maré seriam tão intensas que o dano seria perfurado ao efeito de uma agulha, atingindo apenas uma pequena área do corpo. Em um cenário como esse, a destruição seria localizada e técnicas na área mais próxima do buraco negro.
Entretanto, se um buraco negro passasse pela sua cabeça, o cenário seria bem mais grave. A gravidade seria tão forte nas proximidades da cabeça que os neurônios, células extremamente delicadas e sensíveis, poderiam ser rompidas. Isso causaria danos irreparáveis ao cérebro e, consequentemente, à vida do indivíduo, já que a estrutura do sistema nervoso central seria gravemente comprometida.
Ondas de choque
Além das forças de maré, há outro fator a ser considerado: as ondas de choque criadas pela interação entre o corpo humano e o buraco negro. Essas ondas causaram danos ainda mais profundos ao corpo humano, podendo afetar células e até transferir uma quantidade significativa de energia térmica, o que aumentaria ainda mais o nível de destruição.
As ondas de choque, causadas pela densidade extrema do buraco negro interagindo com o corpo humano, podem gerar energia térmica. Isso significa que, além dos danos mecânicos, a vítima também sofreria um aumento drástico de temperatura em áreas específicas do corpo, podendo causar queimaduras graves e danos celulares irreversíveis.
Massa mínima necessária para causar dano
Para que as ondas de choque de um buraco negro causem danos comparáveis a um projétil de calibre 22, como uma bala de baixo calibre, a massa do buraco negro precisaria ser de aproximadamente 1,4 x 10^14 kg. Isso está dentro do alcance de buracos negros primordiais, que são pequenos ou suficientes para ter esse tipo de efeito devastador.
Apesar de todos esses riscos, a boa notícia é que a chance de ser atingido por um buraco negro é extremamente baixa. Mesmo que existissem buracos negros primordiais, eles seriam tão escassos no universo que a probabilidade de um encontro entre um buraco negro e um ser humano é menor do que 1 em 10 trilhões. Portanto, podemos respirar aliviados, já que a chance disso acontecer é “impossível”.