O Relógio do Juízo Final, um instrumento simbólico criado por cientistas para indicar o quão perto a humanidade está da extinção, acaba de ser ajustado para 89 segundos para a meia-noite, a menor distância já registrada em seus 78 anos de história.
O anúncio, feito pelo Boletim de Cientistas Atômicos (BAS), reflete o aumento dos riscos globais, especialmente devido aos conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, além da crescente corrida armamentista nuclear.
É importante mencionar que o avanço do relógio é um alerta direto às potências nucleares, como Estados Unidos, Rússia e China, que têm o poder de destruir a civilização. Segundo os cientistas, esses países também têm a responsabilidade de tirar o mundo do abismo, revertendo a escalada de tensões e investindo em medidas de desarmamento.
Cientistas revelam risco de conflitos globais
É importante mencionar que os atuais conflitos na Ucrânia e no Oriente Médio, que envolvem potências nucleares como Rússia e Israel, são apontados como os principais motivos para o avanço do Relógio do Juízo Final. A guerra entre Ucrânia e Rússia, em particular, tem elevado os riscos de um confronto nuclear, enquanto a instabilidade no Oriente Médio agrava as tensões globais.
Outro detalhe importante é o aumento de 34% nos gastos globais com armamento nuclear nos últimos cinco anos. A Campanha Internacional pela Abolição das Armas Nucleares (ICAN) alerta que essa tendência precisa ser revertida urgentemente.
A entidade defende a eliminação dos arsenais atômicos e a ratificação do Tratado para a Proibição das Armas Nucleares, que entrou em vigor em 2021.
Além disso, a ICAN destacou que apenas 90 países ratificaram o tratado até o momento, e nenhuma potência nuclear está entre eles. Isso porque Estados Unidos, China, Rússia, França, Reino Unido, Índia, Paquistão, Israel e Coreia do Norte continuam a manter e expandir seus arsenais, representando uma ameaça global.
O papel das potências nucleares
Os cientistas do BAS enfatizam que Estados Unidos, China e Rússia têm não apenas o poder de destruir a civilização, mas também a responsabilidade de evitar uma catástrofe. Esses países são os principais atores na corrida armamentista e, portanto, devem liderar os esforços para reduzir os riscos de um conflito nuclear.
Outro detalhe importante é que o Relógio do Juízo Final já avançou e retrocedeu ao longo do tempo, refletindo as mudanças no cenário global. Em 1991, após o fim da Guerra Fria, o relógio marcou 17 minutos para a meia-noite, o ponto mais distante já registrado.
Entretanto, desde 2023, o relógio permanece a 90 segundos da meia-noite, e agora avança mais um segundo, atingindo o ponto mais crítico de sua história.
Além disso, a ICAN lembra que 2025 marcará os 80 anos do uso de armas nucleares em Hiroshima e Nagasaki, um momento crucial para refletir sobre os horrores dessas armas e reforçar a necessidade de sua eliminação.