O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) emitiu recentemente um alerta importante para aposentados que buscam revisar os cálculos de seus benefícios. Segundo o comunicado, muitos segurados estão cometendo um equívoco ao solicitar a revisão, alegando que o valor do pagamento da aposentadoria foi diminuindo ao longo do tempo e não corresponde mais à quantidade de salários-mínimos que recebiam quando se aposentaram. No entanto, o INSS esclarece que não há erro no cálculo, considerando as mudanças nas regras ao longo dos anos.
O sistema de cálculo de aposentadorias passou por mudanças significativas desde a década de 1990. Antes de 1991, os benefícios eram vinculados diretamente ao salário-mínimo, o que significava que qualquer aumento no valor do salário-mínimo refletia automaticamente no valor do benefício do aposentado.
Porém, a partir da promulgação da Lei 8.213, em 24 de junho de 1991, os benefícios passaram a ser desvinculados do salário-mínimo. Desde então, os benefícios superiores ao salário-mínimo passaram a ser ajustados com base em índices como o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).
Essas mudanças, conforme explica o INSS, provocaram uma diferença nos reajustes entre o salário-mínimo e as aposentadorias superiores a ele. Em geral, os reajustes aplicados às aposentadorias foram menores do que os aumentos concedidos ao salário-mínimo.
Reajustes diferenciados
Em 2025, o reajuste do salário-mínimo foi de 7,5%, passando de R$ 1.412 para R$ 1.518. No entanto, os benefícios que ultrapassam o valor de um salário-mínimo não tiveram o mesmo reajuste. O aumento para as aposentadorias superiores ao mínimo foi de até 4,77%, dependendo do mês de início do benefício.
Por exemplo, um aposentado que recebia R$ 2.824 até dezembro de 2024 e acredita que seu benefício deveria ter aumentado para R$ 3.036 (dois salários-mínimos após o reajuste) está cometendo um erro de interpretação. Embora o salário-mínimo tenha sido ajustado para R$ 1.518, a aposentadoria desse indivíduo não segue o mesmo padrão. O cálculo correto deve aplicar o reajuste de 4,77%, o que resulta em um benefício de R$ 2.958,70.
Relevância do cálculo correto
O INSS destaca a importância de os aposentados compreenderem como os reajustes funcionam. O valor do benefício não é mais calculado em múltiplos de salários-mínimos. A revisão baseada nessa suposição incorreta pode gerar confusão e frustrações. Para quem recebeu aposentadoria por um valor superior ao salário-mínimo, o reajuste é feito conforme os índices econômicos específicos, e não de forma linear com o salário-mínimo.
Portanto, aqueles que estão solicitando revisão do cálculo de suas aposentadorias, com base na alegação de que o valor foi diminuído em relação aos salários-mínimos, precisam estar atentos a esses detalhes. O INSS garante que os cálculos estão sendo feitos de acordo com as regras vigentes e que, no caso dos benefícios superiores ao mínimo, os reajustes podem ser menores do que os aplicados ao salário-mínimo, mas não são equivocados.
Preocupações com a revisão de benefícios
Com o aumento do custo de vida e a pressão sobre as finanças públicas, é compreensível que muitos aposentados busquem revisar seus benefícios na esperança de ajustar o valor à realidade atual. Contudo, o INSS alerta para a importância de compreender as regras e de não cometer equívocos ao interpretar os cálculos.
Embora os reajustes do salário-mínimo estejam em alta, a fórmula de cálculo das aposentadorias superiores a ele tem particularidades que precisam ser observadas de perto. A revisão equivocada pode levar a solicitações que não têm respaldo legal e atrasar o processo de reajuste de benefícios.
O que fazer em caso de dúvidas?
O INSS orienta que os aposentados procurem o órgão para esclarecer dúvidas sobre seus benefícios. É possível verificar, por meio do site oficial ou atendimento telefônico, o valor correto do benefício e a aplicação dos reajustes. Além disso, se houver a impressão de erro no cálculo, é importante que os segurados forneçam informações detalhadas sobre o histórico do seu benefício para que o INSS possa revisar o caso de forma mais eficaz.
É fundamental que os aposentados estejam cientes das mudanças nas normas de cálculo das aposentadorias, para evitar mal-entendidos e a busca por revisões desnecessárias.