O Índice FipeZAP, divulgado em 14 de janeiro de 2025, revela que São Paulo, a maior e mais movimentada cidade do Brasil, é também a mais cara do país para se viver de aluguel. De acordo com os dados, o custo médio mensal de locação na capital paulista chega a R$ 57,59/m², o que significa que, para alugar um imóvel de 50 metros quadrados, o valor mensal fica em R$ 2.879.
A explicação para esse preço elevado está diretamente ligada à grande densidade populacional e à escassez de terrenos e imóveis em áreas mais valorizadas da cidade. Como explica Paula Reis, economista do DataZAP, São Paulo possui uma enorme demanda por imóveis devido à sua concentração de atividades econômicas, com um mercado de trabalho vasto e diversificado.
Além disso, a limitação da oferta de imóveis em áreas nobres, como na Zona Sul e em bairros centrais, tende a aumentar a concorrência entre locatários, pressionando os preços para cima. Mesmo com a alta demanda, a falta de novas construções em locais estratégicos cria um cenário de escassez que impacta diretamente no valor do aluguel.
Florianópolis e Recife
Após São Paulo, as duas próximas capitais mais caras são Florianópolis (SC) e Recife (PE).
- Florianópolis apresenta um custo médio de R$ 54,97/m², com aluguel mensal de aproximadamente R$ 2.748 para um imóvel de 50 m². A cidade, que tem se destacado pela qualidade de vida, também registrou um crescimento populacional considerável após a pandemia.
- Recife segue logo atrás, com um custo de R$ 54,95/m² ou R$ 2.747 para imóveis de 50 m². A cidade, que tem registrado um crescimento, ainda possui um mercado competitivo devido à sua localização estratégica e à oferta de novos imóveis.
O mercado imobiliário nacional
Em todo o Brasil, os preços dos aluguéis residenciais aumentaram em 2024. Os novos contratos de aluguel subiram 13,50%, quase o triplo do índice de inflação oficial (IPCA), que foi de 4,83%. Essa alta real, ou seja, descontada a inflação, foi de 8,27%, o que indica um mercado imobiliário aquecido, impulsionado por uma economia em recuperação e por uma taxa de desemprego em queda.
A melhora no mercado de trabalho, com a taxa de desemprego caindo para 6,1%, foi um dos fatores-chave para o aumento na demanda por imóveis. Com mais pessoas empregadas e com uma maior capacidade de renda, a procura por aluguéis cresceu, o que inevitavelmente elevou os preços.
Capitais do Nordeste com aluguéis mais baratos
Enquanto as grandes cidades do Sudeste e Sul do Brasil enfrentam aluguéis altos, as capitais do Nordeste apresentam uma realidade bem diferente. Teresina (PI) ocupa a última posição do ranking, com o custo médio de aluguel sendo de R$ 22,49/m², o que resulta em R$ 1.124 para um imóvel de 50 metros quadrados.
Na sequência, temos Aracaju (SE) e Fortaleza (CE), com valores de aluguel de R$ 24,90/m² (R$ 1.245) e R$ 32,61/m² (R$ 1.630), respectivamente. Esses preços são significativamente mais baixos do que os observados em São Paulo e Florianópolis, refletindo um mercado de aluguel mais acessível para as classes média e baixa, especialmente em um cenário de grande competitividade entre locatários nessas cidades.
Expectativa de mais alta nos aluguéis
As projeções para o mercado de locação em 2025 apontam para uma possível alta nos preços dos aluguéis em várias cidades brasileiras. Paula Reis, economista do DataZAP, prevê que o mercado de trabalho continuará forte, o que pode aumentar a demanda por imóveis de aluguel, pressionando ainda mais os preços para cima.
Além disso, a escassez de imóveis à venda, combinada com o encarecimento do crédito imobiliário devido à alta da taxa Selic, pode limitar a oferta de imóveis disponíveis para compra, fazendo com que muitas pessoas recorram ao aluguel.
No entanto, é possível observar que a tendência de aumento nos preços continuará em várias dessas cidades, especialmente nas que apresentam maior crescimento econômico e infraestrutura. Para os brasileiros que buscam alugar um imóvel, será necessário considerar não apenas os valores médios de aluguel, mas também a capacidade financeira e as perspectivas econômicas dos próximos anos.