Uma nova iniciativa do Banco Central permite que milhões de brasileiros resgatem dinheiro esquecido em instituições financeiras. O chamado Sistema de Valores a Receber (SVR) já devolveu mais de R$ 10 bilhões aos correntistas, mas ainda há cerca de R$ 9,7 bilhões aguardando retirada.
A ferramenta, disponível de forma gratuita, foi reativada em março de 2023 com melhorias que incluem a possibilidade de herdeiros acessarem valores deixados por pessoas falecidas.
Veja como recuperar parte dos R$ 9,7 bilhões esquecidos nos bancos
Esses recursos esquecidos não são recentes. Eles podem ter origem em contas encerradas que mantiveram algum saldo residual, tarifas bancárias cobradas indevidamente, sobras de consórcios, cotas de cooperativas de crédito e valores em contas de pagamento ou de registro de corretoras.
Com o tempo, muitos desses montantes foram abandonados pelos titulares, seja por desatenção, desconhecimento ou encerramento de vínculo com a instituição.
Tanto pessoas físicas quanto jurídicas podem ter valores esquecidos. Para saber se há algo a receber, o interessado deve acessar o site oficial do Banco Central (valoresareceber.bcb.gov.br) e informar seu CPF ou CNPJ.
O sistema fará a verificação e, se encontrar valores disponíveis, indicará os próximos passos para solicitação do saque. Em casos de pessoas falecidas, apenas herdeiros legais, inventariantes ou representantes podem requisitar o resgate — mediante comprovação.
Mais de 30 milhões de brasileiros já resgataram dinheiro esquecido
De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo Banco Central, aproximadamente 30,6 milhões de brasileiros já resgataram valores.
No entanto, 51,7 milhões de beneficiários ainda não realizaram o saque. Isso inclui muitas pessoas que têm pequenos valores — a maior parte dos registros está concentrada na faixa entre R$ 0 e R$ 10, seguida por faixas entre R$ 10 e R$ 100.
Pouco mais de um milhão de pessoas têm quantias superiores a R$ 1.000 a receber.
A distribuição dos recursos por tipo de instituição mostra que os bancos concentram a maior fatia, com cerca de R$ 5,9 bilhões. Na sequência estão administradoras de consórcio, cooperativas de crédito, instituições de pagamento, financeiras, corretoras e outras entidades do sistema financeiro.
Apesar do repasse de parte desses valores ao Tesouro Nacional para compensar medidas fiscais, o direito ao saque permanece garantido.
O Banco Central alerta, no entanto, para golpes: o serviço é gratuito, não exige pagamentos e não envia links por e-mail ou aplicativos de mensagem. O acesso deve ser feito apenas pelo site oficial.