Durante anos, Marina (nome fictício) acreditava que fazia parte de um grupo espiritual elevado, centrado em práticas de yoga, autoconhecimento e expansão da consciência.
No entanto, sua trajetória dentro do que acreditava ser uma comunidade de bem-estar acabou revelando uma realidade muito mais sombria, a de uma seita moderna, onde os limites entre fé, controle e abuso eram perigosamente tênues.
Yoga, meditação e conexão interior
Marina entrou no grupo por meio de aulas online de yoga que prometiam transformar o corpo e a alma. Os primeiros encontros eram leves, cheios de mantras, conversas sobre energia e sessões de respiração consciente.
Mas o que parecia espiritualidade, aos poucos, ganhou contornos rígidos e opressivos.
Símbolo no peito
Com o tempo, os membros do grupo passaram a utilizar um símbolo específico no peito, como forma de demonstrar o nível de evolução espiritual alcançado. Havia diferentes graus, e cada símbolo indicava que a pessoa havia passado por rituais específicos.
Relacionamento aberto
Dentro da comunidade, os líderes pregavam que o amor livre e o relacionamento aberto eram os únicos caminhos verdadeiros para a libertação do ego. Só havia um detalhe: esse “relacionamento aberto” era, na prática, uma via de mão única.
Controle virtual
Outro aspecto sombrio era o controle sobre as redes sociais. Marina e outros membros recebiam orientações específicas sobre o que podiam ou não postar. Textos, fotos, até curtidas eram monitoradas.
Coreografias seminuas
Um dos momentos mais difíceis para Marina foi quando chegou o convite para passar para um “novo grau de consciência”. Para isso, ela deveria apresentar uma coreografia de yoga seminua.
O caso de Marina expõe um alerta necessário: nem tudo que parece espiritual é, de fato, saudável. A linha entre um grupo de apoio e uma seita pode ser tênue, e muitas vezes, só se percebe quando já é tarde demais.
Por isso, é essencial manter a autonomia crítica, questionar práticas que causam desconforto e lembrar sempre: a verdadeira evolução espiritual nunca exige submissão cega.