Pouca gente conhece, mas a dismorfia financeira é uma condição real e cada vez mais comum no mundo hiperconectado em que vivemos.
Ela atinge pessoas de diferentes idades e classes sociais e, silenciosamente, afeta o bem-estar emocional de quem convive com a constante sensação de inadequação financeira.
Em meio a uma enxurrada diária de conteúdos sobre luxo, sucesso e conquistas materiais nas redes sociais, é fácil se perder em comparações e acabar acreditando que se tem de menos — ou até demais.
Quando essa distorção se instala, a saúde mental tende a sofrer. Identificar o problema e buscar ajuda especializada, como psicólogos ou educadores financeiros, pode ser o passo mais importante para quebrar esse ciclo.
Dismorfia financeira pode acabar com a saúde mental
A dismorfia financeira se caracteriza por uma percepção distorcida da própria realidade econômica. Assim como a dismorfia corporal altera a forma como a pessoa enxerga o próprio corpo, essa versão financeira afeta a maneira como se enxerga o próprio dinheiro.
Não importa o saldo no banco ou a estabilidade financeira: quem sofre com esse transtorno sente que está aquém do que deveria, como se sempre faltasse algo.
Essa sensação, quase sempre alimentada por comparações com o estilo de vida alheio — especialmente nas redes sociais —, pode gerar ansiedade, frustração e comportamentos compulsivos, como gastar mais do que se pode para tentar manter um padrão fictício.
Os mais vulneráveis a esse quadro são, em especial, jovens adultos e profissionais em início de carreira, que enfrentam forte pressão para “dar certo” rapidamente. No entanto, pessoas de qualquer faixa etária podem ser afetadas.
A ilusão de que todos ao redor vivem com abundância — reforçada pelas vitrines digitais da internet — torna o sentimento de insuficiência ainda mais agudo.
Muitos passam a viver acima de suas possibilidades ou, ao contrário, se privam em excesso por medo de gastar, mesmo tendo recursos para viver com conforto.
Como enfrentar a dismorfia financeira?
Para enfrentar a dismorfia financeira, é fundamental recuperar a conexão com a realidade. Isso pode envolver desde um trabalho psicológico para tratar as emoções ligadas ao dinheiro até a educação financeira como ferramenta de autonomia.
Romper com a lógica de comparação constante e cultivar hábitos de consumo conscientes são medidas que aliviam a pressão e ajudam a reconstruir a autoestima financeira.
Falar sobre dinheiro de forma aberta, com familiares, amigos ou profissionais, também é parte essencial do processo de cura.
O equilíbrio entre mente e finanças pode ser difícil, mas é possível — e necessário.