Sandro Alves, inventor autodidata da Paraíba, criou recentemente um motor adaptado para funcionar com água, reacendendo o interesse por fontes alternativas de energia no setor de mobilidade. Seu dispositivo, instalado em uma motocicleta, utiliza um reator de alumínio que, segundo o inventor, separa o hidrogênio da água para alimentar o motor, possibilitando um percurso de até mil quilômetros com apenas um litro de “água”.
Entretanto, análises técnicas indicam que o verdadeiro combustível do sistema é o alumínio, cuja reação química com a água libera o hidrogênio. Isso significa que o processo depende da energia previamente investida na produção do alumínio, o que pode limitar a eficiência energética da invenção. Dessa forma, a água atua mais como um meio para extrair o hidrogênio do que como fonte direta de energia.
Apesar do interesse despertado, a tecnologia ainda carece de validação científica rigorosa, por meio de testes independentes em laboratórios especializados. Além disso, desafios como o custo do alumínio, a durabilidade do sistema e a viabilidade de escalabilidade comercial precisam ser enfrentados para que a invenção possa se tornar uma alternativa real e competitiva no mercado.
Motor a base de água
Em contraste, grandes empresas do setor automotivo, como a Bosch, têm apostado em tecnologias já consolidadas para aumentar a eficiência dos motores a combustão. A Bosch desenvolveu um sistema de injeção de água que pode reduzir o consumo de combustível em até 13% durante acelerações e em rodovias.
Esse sistema funciona ao injetar uma pequena quantidade de água destilada na admissão do motor, utilizando o elevado calor de vaporização da água para resfriar a mistura de ar e combustível. Isso evita a pré-detonação, possibilitando uma combustão mais eficiente e melhor desempenho do motor.
Aplicada principalmente em motores modernos de três e quatro cilindros, comuns em veículos de porte médio, a tecnologia da Bosch proporciona ganhos reais em desempenho e economia sem exigir grandes modificações no motor. Além disso, o sistema mantém o funcionamento do veículo mesmo quando o reservatório está vazio, embora com redução na eficiência.