Um novo medicamento vem despertando interesse no meio médico para tratar pólipos nasais: o tezepelumabe, desenvolvido pela farmacêutica AstraZeneca. De acordo com um estudo clínico publicado no prestigiado periódico The New England Journal of Medicine, o remédio foi testado em 203 pacientes com rinossinusite crônica e apresentou resultados promissores ao reduzir significativamente o tamanho dos pólipos e a frequência dos sintomas nasais.
Pólipos nasais são crescimentos benignos que se formam na mucosa nasal e podem causar obstrução da passagem de ar, prejudicar o olfato e provocar sintomas incômodos, como congestão nasal persistente e dores de cabeça. Essas protuberâncias geralmente acometem pessoas que sofrem de rinossinusite crônica e não recebem o tratamento adequado para controlar a inflamação.
Tratamento para sinusite
Os resultados mostram que o uso do tezepelumabe reduziu em 98% a necessidade de cirurgias e em 88% o uso de corticosteroides, medicamentos utilizados para controlar inflamações. No Brasil, o medicamento já conta com aprovação para o tratamento da asma grave, e a AstraZeneca aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ampliar sua indicação aos pólipos nasais.
O tezepelumabe é um anticorpo monoclonal que atua bloqueando mecanismos específicos da resposta inflamatória, oferecendo um tratamento mais focado e eficaz. A administração é feita por meio de injeções mensais, o que facilita o cumprimento do tratamento pelos pacientes. Entre os efeitos colaterais relatados estão dores de cabeça e episódios de sangramento nasal, mas o medicamento passou por rigorosos testes de segurança para uso clínico.
Condições causadas por pólipos
Entre os principais fatores de risco para o desenvolvimento dos pólipos estão:
- Rinite alérgica não tratada, que mantém a inflamação crônica ativa
- Sinusites agudas recorrentes, podendo estar associadas a alterações anatômicas ou doenças sistêmicas
- Casos graves de asma
- Alergias a medicamentos, especialmente aspirina e anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs)
Esse avanço representa uma nova esperança para pacientes que convivem com essa condição debilitante e até então tinham opções limitadas de tratamento eficaz.