Em meio a uma escalada de conflitos entre o governo federal e instituições de ensino superior nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou, no último domingo (25), que pretende obter uma lista com os nomes dos estudantes estrangeiros matriculados na Universidade Harvard.
A declaração, feita a bordo do avião presidencial durante o retorno à Casa Branca, representa mais um capítulo no embate entre a administração republicana e uma das universidades mais renomadas do país.
O clima de tensão se intensifica à medida que o governo pressiona Harvard a se submeter a medidas rígidas de controle e fiscalização consideradas autoritárias por críticos e membros da comunidade acadêmica.
Tensão nos EUA: Trump solicita dados de estrangeiros em Harvard
A exigência de Trump por informações detalhadas sobre os alunos internacionais em Harvard surge após uma decisão do Departamento de Segurança Interna, comandado por Kristi Noem, de revogar a autorização da universidade para receber estrangeiros.
A medida, anunciada na última quinta-feira (22), colocou em risco a permanência de aproximadamente 7 mil estudantes que dependem de visto para estudar nos EUA.
O governo argumenta que a instituição se recusou a cooperar em investigações sobre supostas atividades ilegais de titulares de visto, além de promover um ambiente supostamente hostil a estudantes judeus.
Trump, visivelmente irritado com a resistência da universidade, declarou que Harvard precisa se alinhar às diretrizes federais sobre admissões, diversidade e segurança.
Em resposta à ofensiva, a universidade entrou com uma ação judicial, alegando que a decisão do governo fere princípios constitucionais e ameaça diretamente sua integridade acadêmica.
A juíza federal Allison Burroughs, responsável pelo caso, suspendeu temporariamente os efeitos da medida de Trump, adiando qualquer mudança até uma nova audiência marcada para o fim de maio.
Além de Harvard, governo Trump também atacou outras universidades
A batalha legal em curso é apenas o reflexo mais visível de um embate mais amplo. O governo Trump tem intensificado críticas às universidades por políticas de diversidade e inclusão, além de alegações de antissemitismo nos campi.
Harvard, que abriga um quarto de estudantes estrangeiros em seu corpo discente, representa um alvo simbólico dessa ofensiva, especialmente por sua resistência às tentativas de interferência federal.
Com bilhões de dólares em financiamento público em jogo e a ameaça de deportações reais, o caso deve continuar a atrair atenção nacional e internacional nos próximos dias, alimentando o debate sobre os limites da autoridade governamental nas instituições acadêmicas.