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Criminosos usavam criptomoedas para lavar dinheiro do INSS

Por Leticia Florenço
26/05/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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INSS - Reprodução

INSS - Reprodução

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A investigação sobre fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) ganhou novos contornos e apontou um erro grave que pode custar a liberdade dos criminosos envolvidos.

Com o avanço da Operação Sem Desconto, deflagrada em abril de 2025 pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, surgiram indícios de que os responsáveis pelos desvios milionários utilizaram criptomoedas para lavar o dinheiro obtido ilegalmente.

O que inicialmente poderia parecer um plano inteligente de ocultação patrimonial, na prática revelou-se um movimento que pode acelerar o desmonte do esquema.

A fraude contra o INSS e o papel das entidades associativas

Desde 2019, o sistema previdenciário brasileiro foi alvo de uma fraude massiva que envolveu o desconto indevido na folha de pagamento de aposentados e pensionistas.

Esses descontos foram realizados sem consentimento e beneficiaram diretamente entidades associativas que, ao invés de prestarem serviços legítimos aos segurados, se envolveram em atividades criminosas.

A estimativa da Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social (Dataprev) é que o esquema tenha movimentado até R$ 6,3 bilhões. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, confirmou que R$ 2,56 bilhões já foram comprovadamente desviados, e que as investigações continuam para determinar o montante total.

O uso das criptomoedas como tentativa de camuflagem

Ao perceberem o volume bilionário dos recursos obtidos, os criminosos decidiram utilizar criptomoedas para esconder o dinheiro. A estratégia era transferir os valores para fora do Brasil por meio de exchanges e carteiras digitais, dificultando a identificação dos beneficiários finais.

No entanto, essa tentativa de esconder os rastros acabou sendo um erro estratégico. Diferentemente do que se pensa popularmente, as criptomoedas não oferecem anonimato completo. Todas as transações são registradas em redes blockchain públicas, como um livro-razão digital que não pode ser alterado.

A armadilha da transparência do blockchain

Ao movimentarem os recursos roubados para carteiras digitais e exchanges, os criminosos deixaram rastros. A blockchain, por mais técnica que pareça, é completamente acessível e auditável.

Ainda que os endereços de carteira não revelem nomes diretamente, softwares especializados em análise de transações conseguem mapear o histórico financeiro completo de cada movimentação. A partir do momento em que uma carteira digital é associada a uma pessoa ou organização, todo o fluxo anterior e posterior de recursos torna-se passível de investigação.

A AGU e a ofensiva jurídica contra os responsáveis

A Advocacia-Geral da União já solicitou ao Judiciário o bloqueio de bens das entidades investigadas e o rastreamento dos recursos transferidos via criptomoedas.

A AGU também trabalha em conjunto com corretoras de ativos digitais para identificar e congelar os valores transferidos, além de pedir colaboração internacional para rastrear movimentações financeiras fora do país.

Segundo o ministro Jorge Messias, os relatórios de inteligência apontam que parte significativa do dinheiro foi enviado para o exterior com o intuito de dificultar a recuperação.

O mito do anonimato nas criptomoedas

Uma das maiores ilusões em torno do uso de criptomoedas é a crença de que suas transações são completamente anônimas.

Embora os endereços não estejam diretamente ligados a dados pessoais, a atuação das autoridades, combinada com ferramentas de rastreamento sofisticadas, permite identificar padrões de uso, ligações com corretoras e pontos de conversão entre criptomoedas e moedas tradicionais.

No caso da fraude contra o INSS, essa característica técnica pode se tornar uma poderosa aliada para que os investigadores cheguem aos verdadeiros responsáveis e até recuperem parte significativa dos valores desviados.

Medidas do governo para evitar novos desvios

Como resposta ao escândalo, o governo federal já estuda mudanças estruturais no sistema previdenciário. Uma das medidas mais importantes é a extinção dos descontos automáticos de entidades associativas diretamente nas folhas de pagamento de aposentados e pensionistas.

Essa mudança busca impedir que outras organizações explorem esse tipo de brecha no futuro. Ao mesmo tempo, a intensificação do uso de tecnologias de rastreamento financeiro e a colaboração com instituições internacionais deverão fortalecer a fiscalização e a prevenção contra crimes semelhantes.

A rastreabilidade da blockchain, longe de ser uma aliada do crime, está se tornando uma ferramenta eficaz no combate à corrupção, à lavagem de dinheiro e ao desvio de recursos públicos.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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