Pesquisadores do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, na Alemanha, revelaram ao mundo uma descoberta surpreendente: uma espécie de peixe com características tão peculiares que acabou sendo apelidada de “peixe-vampiro”.
O nome científico da espécie é Phreatichthys andruzzii, um peixe cavernícola com uma condição extremamente rara: ele morre ao ser exposto à luz solar.
Essa característica bizarra foi detalhada em um artigo publicado na prestigiada revista científica Current Biology, onde os cientistas documentaram o comportamento fatal desse animal diante da luz natural.
Os experimentos comprovaram que o peixe, ao ser retirado de seu ambiente escuro e colocado sob iluminação solar ou artificial intensa, não resiste, ele literalmente colapsa e morre em pouco tempo.
Por que o nome “peixe-vampiro”?
A alcunha “peixe-vampiro” surgiu de forma quase natural. Isso porque, assim como os vampiros do folclore, que só podem sair à noite e morrem ao contato com o sol, esse peixe compartilha uma aversão fatal à luz. Seu habitat são ambientes subterrâneos, escuros, onde jamais entra um raio de sol.
Além disso, seus olhos são atrofiados, uma adaptação típica de animais que vivem em escuridão absoluta. Sua pele é pálida, quase translúcida, reforçando sua aparência fantasmagórica.
Os pesquisadores acreditam que esse peixe evoluiu durante milhões de anos em ambientes subterrâneos, perdendo completamente a necessidade (e a tolerância) à luz.
Efeito da luz desde a origem
A vulnerabilidade à luz não atinge apenas os peixes adultos. Durante os testes laboratoriais, cientistas notaram que até mesmo os ovos da espécie são sensíveis à luz. Quando as ovas foram expostas à iluminação, os filhotes que emergiram morreram rapidamente.
Isso indica uma intolerância genética e evolutiva que abrange todas as fases da vida desse peixe.
Importância da descoberta
O achado do Phreatichthys andruzzii levanta importantes questões sobre adaptação evolutiva e conservação ambiental. Com habitats tão específicos e sensíveis, esses animais são extremamente vulneráveis às mudanças ambientais causadas por ações humanas, como perfurações em cavernas, mineração ou mudanças no curso de rios subterrâneos.
A compreensão de espécies como essa pode trazer informações valiosas sobre os mecanismos de adaptação à escuridão, além de ajudar a entender como a luz afeta organismos que evoluíram completamente afastados dela.
Seja pelo medo da luz, pela sede de sangue ou pelos comportamentos excêntricos, os “vampiros” do reino animal continuam fascinando cientistas e curiosos por todo o planeta..