De acordo com uma pesquisa do Valor Econômico, 57% dos brasileiros vivem abaixo da chamada “linha de empoderamento”, um indicador que mede não apenas a capacidade de sobreviver, mas também de viver com dignidade, autonomia e participação plena na sociedade.
O dado reforça um cenário preocupante no país, onde milhões ainda enfrentam grandes desafios para acessar moradia adequada, alimentação, saúde, educação e outros direitos fundamentais.
É importante lembrar que a concentração de renda segue sendo um dos maiores obstáculos: os 10% mais ricos detêm uma parcela significativa da riqueza nacional, enquanto uma grande parte da população luta diariamente para garantir o básico.
O que é a linha de empoderamento?
Vale mencionar que a linha de empoderamento é um conceito utilizado por instituições como o McKinsey Global Institute (MGI) para avaliar inclusão econômica. Diferente da linha de pobreza tradicional, ela considera não apenas a renda mínima para sobrevivência, mas também os recursos necessários para que uma pessoa tenha autonomia financeira, acesso a oportunidades e participação social ativa.
Isso porque, além da renda, o conceito inclui acesso à educação, saúde, inclusão no mercado de trabalho e participação em decisões políticas. Sendo assim, viver acima dessa linha significa ter condições não só de pagar uma cesta básica de bens e serviços essenciais, mas também de poupar e investir no próprio desenvolvimento.
Outro detalhe importante é que, globalmente, apenas 40% da população vive acima da linha de empoderamento. Os demais 60%, em sua maioria, estão concentrados em países de baixa e média renda, como é o caso do Brasil.
Entrave para o desenvolvimento dos brasileiros
É importante mencionar que a desigualdade social continua sendo um dos maiores entraves para que mais brasileiros alcancem uma vida digna. Segundo os dados, a pobreza permanece alta, refletindo não apenas na falta de renda, mas também no acesso precário a serviços essenciais.
Dessa forma, iniciativas como o Índice de Empoderamento Feminino (WEI), utilizado pela Agência Brasil, ganham destaque ao medir o empoderamento em quatro pilares: vida e saúde, educação, inclusão financeira e participação na tomada de decisões. Isso reforça a urgência de combater não só a pobreza, mas também as desigualdades de gênero.