A recente descoberta da maior reserva de ouro, prata e cobre do mundo, localizada na província de San Juan, na Argentina, marca um divisor de águas para a indústria global de mineração.
O anúncio, feito pelas gigantes BHP e Lundin Mining, que integram o consórcio Vicuña, representa a maior descoberta mineral das últimas três décadas, segundo dados divulgados pelo jornal argentino Clarín. A magnitude da reserva reacende o protagonismo sul-americano no cenário internacional de commodities minerais e coloca a Argentina em destaque estratégico.
Vale mencionar que o governo argentino vê na mineração uma oportunidade concreta para alavancar sua economia e diversificar suas exportações. A expectativa é que a exploração dessa reserva seja responsável por uma expressiva injeção de recursos financeiros, capazes de impactar positivamente a economia local e nacional.
Estimativas apontam que os projetos Filo del Sol e Josemaría, localizados em San Juan, devem produzir cerca de 13 milhões de toneladas de cobre, 32 milhões de onças de ouro e 659 milhões de onças de prata.
Projeções de crescimento para reserva de ouro e outros minerais
Dessa forma, a Argentina se prepara para entrar, ainda nesta década, no seleto grupo dos dez maiores produtores mundiais de cobre, com pico de extração previsto para 2028. O Chile, vizinho e referência na exploração mineral, exportou em 2024 cerca de US\$ 50 milhões em cobre, valor equivalente a todo o setor agroindustrial argentino, conforme comparativo feito pelo Clarín.
É importante mencionar que o potencial de transformação da mineração vai além da balança comercial. A atividade pode gerar milhares de empregos diretos e indiretos, atrair investimentos estrangeiros e fomentar melhorias estruturais em San Juan.
Com isso, a região se torna um polo estratégico não apenas pela riqueza mineral, mas também pelas oportunidades de desenvolvimento socioeconômico sustentável.
Desafios ambientais e necessidade de sustentabilidade
Entretanto, nem só de oportunidades vive o setor. A exploração em larga escala levanta questões relevantes sobre os impactos ambientais e sociais. Sendo assim, é fundamental que as mineradoras adotem práticas responsáveis e sustentáveis para garantir que os benefícios da mineração não comprometam os ecossistemas e comunidades locais.
Outro detalhe importante é que o sucesso dessa nova fronteira mineral dependerá da implementação de políticas públicas eficazes, transparência nos contratos e fiscalização ambiental rigorosa. A governança será decisiva para transformar o potencial mineral em um legado positivo de longo prazo.