Na manhã da última quarta-feira, 14 de maio de 2025, uma violenta erupção solar originada da região ativa AR4087 do Sol provocou apagões de rádio simultâneos em várias partes do mundo, especialmente na Europa, Ásia e Oriente Médio.
O evento, que atingiu seu pico às 05h25 no horário de Brasília, foi classificado como uma explosão de classe X2.7, uma das mais poderosas da atualidade, capaz de afetar diretamente as comunicações na Terra.
Entendendo as erupções solares
As erupções solares são fenômenos causados pela liberação súbita de energia magnética acumulada na atmosfera do Sol, em áreas chamadas regiões ativas, onde o campo magnético solar é mais intenso e instável.
Essa energia é liberada na forma de radiação eletromagnética (incluindo raios-X), partículas carregadas e calor. Essas explosões podem ser acompanhadas por ejeções de massa coronal (EMC), grandes nuvens de plasma solar que podem viajar pelo espaço e interagir com o campo magnético terrestre.
Classificação das explosões solares
A NOAA (Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA) categoriza as explosões solares em classes que vão de A, B, C, M até X, sendo cada letra um nível de intensidade 10 vezes maior que o anterior.
- Classe A: Explosões muito fracas
- Classe B e C: Explosões moderadas
- Classe M: Explosões fortes, capazes de causar apagões moderados
- Classe X: Explosões extremas, como a X2.7 registrada em 14 de maio, que podem causar apagões severos e perturbações significativas.
O que são apagões de rádio?
Apagões de rádio são interrupções temporárias nas comunicações que dependem de ondas de alta frequência, geralmente causadas por distúrbios na ionosfera, a camada da atmosfera terrestre que reflete as ondas de rádio.
Quando a radiação solar intensa atinge a ionosfera, ela altera suas propriedades elétricas, impedindo a propagação das ondas e causando a queda temporária das transmissões, afetando aviões, serviços de emergência, navegação marítima e comunicações militares.
Regiões mais afetadas
As regiões afetadas foram principalmente aquelas sob luz solar direta no momento da erupção, como Europa, Ásia e Oriente Médio, onde o apagão atingiu o nível R3 (no sistema de escala de severidade dos apagões).
Impactos práticos:
- Falhas temporárias nas comunicações aéreas, causando atrasos em voos
- Interrupções na comunicação de rádio para navios e operações militares
- Problemas em sistemas que dependem de sinais GPS e telecomunicações via satélite
- Potencial aumento do risco em operações de resgate e segurança pública.
Relação entre erupção solar e Ejeção de Massa Coronal (EMC)
Embora a confirmação ainda esteja pendente, a explosão pode ter gerado uma EMC, que, ao atingir a Terra, pode causar tempestades geomagnéticas intensas. Estas tempestades podem provocar não apenas apagões de rádio, mas também danos a redes elétricas e satélites.
Essas tempestades podem gerar auroras boreais visíveis em latitudes mais baixas, um espetáculo natural associado a esses eventos solares extremos.
Como a ciência e a tecnologia monitoram essas ameaças?
Instituições como a NASA, NOAA e o Centro de Previsão do Clima Espacial monitoram constantemente a atividade solar por meio de satélites especializados e telescópios espaciais.
Esses sistemas fornecem alertas antecipados para operadores de redes elétricas, companhias aéreas e setores estratégicos, permitindo ações preventivas para minimizar os impactos de eventos solares severos.
Consequências para o futuro
Com o aumento da dependência global em tecnologia e comunicações baseadas em ondas de rádio e satélites, eventos solares de alta intensidade representam riscos crescentes para a infraestrutura crítica mundial.
Especialistas alertam para a necessidade de melhorar a resiliência das redes elétricas, criar sistemas de backup e desenvolver protocolos para lidar com futuras tempestades solares que podem ser ainda mais intensas.