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Experimento que dura 98 anos entrou para o Guiness Book

Por Leticia Florenço
14/05/2025
Em Colunas, Mais Tendências
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Experimento mais longo do mundo - Reprodução

Experimento mais longo do mundo - Reprodução

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Há 98 anos, em um laboratório da Universidade de Queensland, na Austrália, repousa um funil de vidro contendo uma substância negra e viscosa conhecida como piche, ou betume. Este material, derivado do petróleo, tem sido o foco de um dos experimentos científicos mais fascinantes e duradouros já realizados.

O experimento, iniciado em 1927, foi projetado para mostrar ao mundo um comportamento singular da matéria: como um líquido pode se comportar de maneira quase sólida em escalas de tempo extremas. Esse estudo não só é um exemplo notável da paciência científica, como também uma lição sobre os limites da nossa percepção sobre a natureza da matéria.

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Origem do experimento

A ideia por trás do “Experimento do Piche” foi concebida pelo professor Thomas Parnell, do Departamento de Física da Universidade de Queensland. O objetivo era ilustrar a diferença no comportamento dos materiais quando observados em diferentes escalas temporais.

Em 1927, Parnell aqueceu o piche, despejou-o em um funil de vidro e deixou que o material se acomodasse por três anos, de forma a garantir que estivesse totalmente compactado.

Em 1930, o experimento finalmente foi iniciado, com Parnell cortando o bico do funil e permitindo que o piche começasse a escorrer. Desde então, o material tem se comportado de forma impressionante, deixando cair, de maneira extremamente lenta, gotas de piche.

O objetivo era provar que, apesar de parecer sólido, o piche é, na verdade, um líquido com uma viscosidade tão alta que suas gotas caem de forma quase imperceptível.

Comportamento surpreendente do piche

O piche é uma substância com uma viscosidade impressionante, cerca de 230 bilhões de vezes maior que a da água. Isso significa que, embora seja tecnicamente um líquido, sua fluidez é extremamente lenta, o que torna a queda de cada gota um evento raríssimo.

Em termos práticos, a queda de uma única gota pode levar décadas, ou até mais, para acontecer. Até o momento, apenas nove gotas caíram, e a décima pode levar ainda mais anos para ser registrada, provavelmente na próxima década.

Espera e os desafios tecnológicos

Embora o experimento tenha começado oficialmente em 1930, a observação do fenômeno da queda das gotas de piche foi um processo demorado. A primeira gota a cair foi registrada em 2014, após anos de tentativas frustradas de documentar o evento.

Curiosamente, em 2000, a oitava gota caiu pouco antes que a câmera de vídeo, que hoje grava o experimento, fosse instalada. Mais tarde, um problema técnico impediu a gravação da nona gota, o que tornou a captura de cada evento uma grande expectativa.

Em 2014, finalmente, a primeira gota foi registrada em vídeo, em um experimento semelhante realizado no Trinity College, em Dublin. Esse marco representou um grande feito para a ciência, e também para o próprio experimento da Universidade de Queensland, que até hoje continua a ser monitorado de perto.

Persistência e os recordes

O “Experimento do Piche” foi reconhecido pelo Guinness Book como o experimento científico contínuo mais longo do mundo, uma façanha impressionante, que evidencia a persistência e dedicação dos cientistas envolvidos.

Em 2005, o experimento foi premiado com o Prêmio Ig Nobel de Física, uma paródia do famoso Prêmio Nobel, por sua originalidade e pela paciência necessária para manter o estudo vivo por tantas décadas.

Hoje, o funil de piche original está armazenado em uma vitrine de acrílico, sob constante vigilância. O atual curador do experimento, professor Andrew White, é o responsável por garantir que o estudo continue a ser monitorado, e o legado de Thomas Parnell e John Mainstone, que assumiu a responsabilidade pela pesquisa após a morte de Parnell em 1948, seja mantido.

Enquanto aguardamos a décima gota de piche, este experimento permanece um testemunho da busca incessante por respostas, e uma prova de que, na ciência, nem todo fenômeno precisa ser apressado, alguns podem ser apreciados ao longo de décadas, ou até mesmo de um século.

Leticia Florenço

Leticia Florenço

Filha da Terra da Luz, jornalista pela Universidade de Fortaleza (Unifor).

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