A Fundação Bill & Melinda Gates, referência em educação global, lançou um novo sinal de alerta sobre os desafios da criação de filhos em 2025. Em recente postagem no blog Gates Notes, Bill Gates chamou atenção para os efeitos profundos que a tecnologia digital tem provocado no desenvolvimento infantil.
A preocupação é baseada no livro The Anxious Generation, do psicólogo social Jonathan Haidt, que investiga como a popularização dos smartphones e das redes sociais reconfigurou a infância a partir dos anos 2010.
Para Gates, as crianças de hoje enfrentam um desequilíbrio preocupante: liberdade excessiva no mundo digital e controle excessivo no mundo físico.
A socialização virtual substituiu os encontros presenciais, ao mesmo tempo em que as ruas se tornaram cada vez menos acessíveis para brincadeiras. Isso gerou impactos concretos na saúde mental, física e cognitiva das novas gerações.
Filhos com infância digitalmente conectada
É importante mencionar que adolescentes passam, em média, de seis a oito horas por dia conectados a telas, fora o tempo escolar. Um terço deles afirma estar online quase o tempo todo. Isso resulta em mais casos de ansiedade, depressão e distúrbios alimentares, menos interações presenciais e menor autonomia.
Gates aponta que a atenção, essencial para o aprendizado e o pensamento crítico, está sendo comprometida. A constante exposição a estímulos digitais enfraquece a concentração, comparada a um “músculo” que atrofia com a falta de uso.
Outro detalhe importante é o impacto desigual entre meninos e meninas: enquanto elas apresentam maiores índices de transtornos psicológicos, eles têm queda no desempenho escolar e no acesso ao ensino superior.
Reequilibrar limites e promover habilidades
Dessa forma, criar filhos em 2025 exige uma abordagem mais ampla que vá além do controle de telas. É preciso incentivar o desenvolvimento de competências como inteligência emocional, resiliência e autonomia.
Isso porque, em um mundo em constante mudança, habilidades como pensamento crítico, resolução de problemas e comunicação são tão importantes quanto o conteúdo acadêmico tradicional.
Vale mencionar que Gates defende políticas públicas, participação das escolas e responsabilidade das empresas de tecnologia. Entre as ações sugeridas estão a criação de espaços livres de celulares nas escolas, verificação rigorosa de idade nas redes sociais e o estímulo a brincadeiras ao ar livre.