O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou recentemente os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua): Rendimento de Todas as Fontes 2024.
Segundo o levantamento, a desigualdade de renda no Brasil caiu ao menor nível da série histórica iniciada em 2012. O índice de Gini, principal métrica utilizada para medir a concentração de renda, registrou 0,506 no ano passado, o menor valor já observado desde o início da pesquisa.
O recuo representa uma redução de 2,3% em relação ao índice de 0,518 registrado tanto em 2022 quanto em 2023. Apesar da melhora, o país ainda apresenta um cenário de desigualdade elevado.
A redução, no entanto, reflete avanços importantes na renda média dos brasileiros e na ampliação do acesso a fontes de rendimento, especialmente entre as camadas mais vulneráveis da população.
IBGE revela verdade sobre a renda dos brasileiros
A renda média mensal domiciliar per capita atingiu R\$ 2.020 em 2024, um aumento real de 4,7% em relação ao ano anterior, estabelecendo um novo recorde.
Vale mencionar que esse avanço foi mais expressivo entre os 5% mais pobres, cuja renda subiu 17,6%, contrastando com um crescimento de apenas 0,9% entre o 1% mais rico. Com isso, a diferença entre os extremos se reduziu de forma relevante.
Outro detalhe importante é que a massa de rendimentos dos 10% mais ricos correspondeu a 13,4 vezes a dos 40% mais pobres — também o menor índice desde 2012. A queda na desigualdade foi favorecida por um mercado de trabalho aquecido, com forte geração de empregos formais, que possuem remuneração mais elevada e estável.
Além disso, os programas sociais, como o Bolsa Família e o BPC, tiveram papel essencial na melhoria dos indicadores. Em 2024, 9,2% da população recebeu benefícios sociais, número superior ao de 2023 (8,6%) e próximo dos níveis de pandemia. Os valores médios também bateram recorde, alcançando R\$ 836 mensais.
Regiões e estados refletem desigualdade em queda
Sendo assim, a queda no índice de Gini foi observada em quase todas as regiões do país. O Sul se destacou com o menor índice regional (0,460), enquanto o Nordeste permaneceu como a área mais desigual (0,502). Santa Catarina teve o menor Gini estadual (0,431), enquanto o Distrito Federal apresentou o maior (0,547).
É importante mencionar que a valorização do salário mínimo e o fortalecimento das políticas de transferência de renda devem continuar contribuindo para a redução da desigualdade em 2025. Entretanto, especialistas alertam que o ritmo de crescimento econômico e o cenário de juros altos podem limitar novos avanços.