Nos últimos dias, a circulação de notícias sobre a possível queda de uma nave russa na Terra despertou apreensão entre muitos brasileiros. A informação de que o Brasil estaria na rota de reentrada do objeto reacendeu temores sobre os riscos do chamado “lixo espacial”.
Com a previsão de que a nave cruze a atmosfera terrestre até o final da semana, a pergunta que paira no ar é direta: o Brasil pode mesmo ser atingido?
O Brasil corre risco de ser atingido por nave russa?
O objeto em questão é parte da antiga sonda soviética Kosmos 482, lançada em 1972 com o objetivo de alcançar o planeta Vênus. A missão falhou logo após o lançamento, e a nave russa ficou presa em órbita ao redor da Terra, onde permaneceu por mais de meio século.
Agora, após décadas de deterioração e influência das forças gravitacionais e do atrito com a tênue atmosfera terrestre, a estrutura — uma cápsula de titânio com cerca de um metro de diâmetro e quase 500 kg — está em trajetória descendente, devendo reentrar na atmosfera ainda nesta madrugada de sexta-feira (09/05) para sábado (10/05) ou nas próximas horas.
O motivo para o retorno agora está relacionado à perda progressiva de altitude da órbita da nave russa.
Mesmo a centenas de quilômetros da superfície, há gases atmosféricos suficientes para gerar atrito, o que gradualmente reduz a velocidade e acelera a queda. Esse processo, ainda que lento, se intensificou recentemente, tornando a reentrada inevitável.
Mas nave russa pode atingir o Brasil?
Quanto à chance da nave russa atingir o Brasil, especialistas afirmam que ela existe — mas é extremamente remota, e portanto, brasileiros podem dormir tranquilos.
A órbita da nave abrange uma faixa que vai de 52° de latitude norte a 52° de latitude sul, o que inclui uma vasta porção do planeta, entre elas o território brasileiro. No entanto, a maior parte dessa faixa corresponde a oceanos e regiões desabitadas.
Além disso, a imprecisão das previsões — que podem variar em até cinco horas — torna impossível definir com antecedência o local exato da queda.
Astrônomos e agências espaciais monitoram o evento em tempo real e reforçam que o risco para populações urbanas é mínimo. Até hoje, nunca houve registro de mortes causadas por lixo espacial.
Embora pedaços da nave possam resistir à reentrada, o mais provável é que terminem caindo em áreas isoladas ou no mar.
Portanto, apesar do alerta, o Brasil não está sob ameaça real — ao menos não mais do que qualquer outro país situado na faixa orbital da Kosmos 482.