Uma nova modalidade de fraude em aposentadorias tem gerado prejuízos devastadores a beneficiários do INSS: o golpe da biometria facial.
A prática, que consiste em obter a imagem do rosto da vítima para burlar sistemas de segurança e contratar empréstimos consignados, fez com que uma aposentada de São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo, perdesse mais de 80% de sua renda mensal.
O caso é mais um reflexo do crescimento de fraudes envolvendo aposentados e empréstimos não autorizados — um problema que tem se tornado cada vez mais recorrente no Brasil.
Golpe da biometria faz mulher perder 80% da aposentadoria
A vítima, que recebia cerca de R$ 1.500 mensais de aposentadoria, viu esse valor despencar para apenas R$ 300 após criminosas realizarem diversas operações financeiras em seu nome.
Disfarçadas de agentes de saúde do SUS, as golpistas alegaram que a idosa precisaria ser fotografada para viabilizar uma cirurgia pelo sistema público.
No entanto, a imagem foi utilizada para validar a biometria facial exigida por instituições financeiras em empréstimos consignados. Com o golpe consumado, os descontos mensais começaram a aparecer diretamente no benefício da aposentadoria do INSS.
A prefeitura local se manifestou após o ocorrido, deixando claro que profissionais de saúde não estão autorizados a realizar fotos, vídeos ou coletas biométricas em domicílio.
Especialistas em segurança recomendam que os aposentados nunca forneçam dados pessoais a desconhecidos e que desconfiem de abordagens presenciais ou por telefone que envolvam coleta de imagens ou promessas de facilitação de serviços públicos.
Outra medida essencial é utilizar o site ou o aplicativo do Meu INSS para bloquear a possibilidade de novos empréstimos, ação que pode ser revertida a qualquer momento caso o beneficiário deseje.
Empréstimo não autorizado com desconto em aposentadoria já é golpe comum
O drama da aposentada paulista não é um caso isolado. No litoral do estado, em Guarujá, um idoso de 75 anos decidiu acionar judicialmente oito instituições bancárias que autorizaram empréstimos consignados em seu nome sem qualquer solicitação.
Ao todo, mais de R$ 27 mil foram liberados para terceiros, comprometendo mais da metade de sua aposentadoria. De acordo com sua advogada, os valores contratados nunca chegaram à conta dele, o que reforça a tese de fraude.
Com decisões judiciais parciais já favoráveis, o idoso ainda luta para reaver seu benefício integral.
Casos como esses evidenciam falhas no sistema de verificação das instituições financeiras e acendem um alerta para a necessidade de maior vigilância na proteção dos dados dos aposentados.