A companhia aérea Gol deu um passo decisivo rumo ao encerramento de seu processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, iniciado em janeiro de 2024.
Nesta semana, a empresa apresentou um novo plano de reestruturação financeira ao Tribunal de Falências do Distrito Sul de Nova York.
O documento, elaborado em colaboração com um grupo relevante de credores, prevê medidas que, se aprovadas, permitirão que a Gol deixe o regime de proteção judicial até o fim de junho.
Recuperação judicial da Gol pode chegar ao fim
No centro da proposta está um acordo de financiamento que reúne US$ 1,375 bilhão, valor considerado suficiente para sustentar a saída da companhia do chamado Chapter 11 — o equivalente norte-americano à recuperação judicial brasileira.
Desse total, US$ 125 milhões foram garantidos recentemente por um grupo de investidores que detém parte da dívida sênior com vencimento previsto para 2026.
O aporte se soma a compromissos já firmados anteriormente com fundos como Castlelake e Elliott Management, que revisaram seus termos para viabilizar a adesão dos novos financiadores.
O plano apresentado prevê ainda a reestruturação de uma parcela expressiva da dívida da empresa. Cerca de US$ 1,7 bilhão em obrigações financeiras anteriores ao Chapter 11 poderão ser extintos ou convertidos em participação acionária.
Além disso, até US$ 850 milhões em outros passivos serão renegociados. Embora essa reorganização reduza de forma significativa o endividamento, a Gol reconhece que deverá haver diluição relevante da participação dos atuais acionistas.
A legislação brasileira, no entanto, garante o direito de preferência na eventual emissão de ações.
Como parte do acordo, credores que não fazem parte do grupo principal de investidores terão acesso a até US$ 100 milhões em novos títulos de dívida, com a garantia de que esses papéis não poderão ser convertidos em ações.
Outros US$ 50 milhões em financiamento adicional poderão ser acessados por investidores interessados.
A recuperação judicial da GOL
A Gol entrou em recuperação judicial nos EUA diante de um cenário de pressão sobre seu fluxo de caixa, provocado por altos custos com leasing de aeronaves e encargos financeiros.
Apesar de operar normalmente e manter demanda sólida, a empresa também foi impactada por atrasos na entrega de aviões, o que limitou sua expansão.
O novo plano, se aprovado, promete uma virada de página para uma das principais companhias aéreas do Brasil.