Uma pesquisa publicada em dezembro de 2024 revelou que o Brasil abriga 409 espécies de cogumelos comestíveis, que se espalham pela Mata Atlântica e outros biomas. Esses cogumelos, que variam no sabor e na textura, podem ser usados em molhos, omeletes, saladas, picles, missô e até doces.
Como foi feita a pesquisa
Os pesquisadores, de oito estados brasileiros, cruzaram dados de um estudo mundial com 2.189 espécies comestíveis e realizaram levantamentos bibliográficos e análises de DNA para confirmar as espécies no país. Segundo o micólogo Nelson Menolli Jr., coordenador do IFungiLab do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), 59 dessas espécies exigem cuidados no preparo para evitar reações adversas; as outras 350 podem ser consumidas livremente.
O estudo também apontou que muitos cogumelos silvestres podem ser cultivados em todo o Brasil, ao contrário de espécies como o shitake e o champignon, que preferem climas frios.
Coletores urbanos e tradições
Em bairros como Parelheiros, em São Paulo, moradores coletam cogumelos silvestres para consumo e venda. A coleta de cogumelos é uma tradição em vários países, como Itália e México, onde o conhecimento popular ajuda na identificação segura das espécies.
Análises mostraram que os cogumelos silvestres brasileiros são ricos em aminoácidos, fibras, gorduras boas e minerais como potássio e ferro. Entre os maiores coletores estão os Yanomami, que consomem diversas espécies de cogumelos em sua dieta tradicional.
Importância da educação micológica
Apesar da grande diversidade, apenas 6% das espécies de fungos do mundo são conhecidas. Para combater o “negativismo fúngico”, Menolli e sua equipe desenvolvem livros, exposições e trilhas educativas, aproximando o público da importância e da beleza dos cogumelos.