Uma descoberta científica feita por um estudante da Rogers State University (RSU), nos Estados Unidos, está chamando a atenção da comunidade paleontológica e pode levar à revisão de documentos acadêmicos sobre a fossilização de organismos marinhos.
Trata-se de um fóssil raro: uma amonita com concha iridescente, preservada em estado tão incomum que se assemelha a uma pedra preciosa, a amolita.
O achado ocorreu pouco antes das férias de primavera de 2025, durante uma expedição de campo da universidade em Oklahoma.
O estudante Kolby Dooling, sob orientação do professor Dr. Chris Shelton, encontrou um fragmento de amonita com brilho multicolorido característico da amolita, uma gema orgânica rara originada a partir da fossilização dessas criaturas extintas há cerca de 66 milhões de anos. Vale mencionar que esse tipo de fóssil é excepcionalmente valioso tanto científica quanto comercialmente.
A amolita se forma a partir da preservação da aragonita, mineral presente na concha das amonitas, sob condições específicas de pressão e ausência de oxigênio. O brilho iridescente não é resultado de pigmentos, mas de uma estrutura microscópica que interage com a luz, criando um efeito visual semelhante ao das asas de borboletas ou das penas de pavões.
Isso porque a luz se dispersa em camadas finíssimas da aragonita fossilizada, um fenômeno físico conhecido como interferência construtiva.
Qual é o potencial do fóssil raro
Dessa forma, o sítio onde a descoberta foi feita poderá receber a classificação de Fossil Lagerstätte, termo utilizado para depósitos sedimentares com preservação excepcional de fósseis. Até o momento, há apenas um outro local com registro semelhante: o Buckhorn Asphalt Lagerstätte, também em Oklahoma.
Se a nova localização for confirmada como um segundo exemplo, poderá alterar o entendimento sobre a distribuição geológica da aragonita preservada na América do Norte.
É importante mencionar que, para preservar o local e evitar exploração indevida, os pesquisadores optaram por manter o endereço da descoberta em sigilo. Entretanto, novas expedições estão em andamento, e os dados estão sendo analisados para publicação científica ainda em 2025, com colaboração da Stony Brook University.
Além disso, o achado reforça a importância do ensino prático nas universidades. Com isso, estudantes ganham espaço em descobertas significativas e podem contribuir diretamente com o avanço da ciência.
Outro detalhe importante é que a descoberta reacende o debate sobre a origem orgânica de algumas gemas, como a própria amolita, o âmbar e a pérola, e sua relevância para diferentes áreas, da paleontologia à gemologia.