O Sistema Único de Saúde (SUS) iniciou em 2025 uma reformulação importante no atendimento preventivo oferecido às mulheres entre 25 e 49 anos.
Essa mudança marca uma nova fase na política pública de rastreamento do câncer do colo do útero, com a substituição progressiva do tradicional exame de Papanicolau por um método mais moderno: o teste molecular de DNA-HPV.
Mulheres entre 25 e 49 anos precisam saber da mudança no SUS
A nova diretriz voltada as mulheres, coordenada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), tem como base evidências científicas internacionais e segue orientações da Organização Mundial da Saúde.
Ao invés de detectar alterações nas células do colo do útero, como faz o Papanicolau, o novo teste busca diretamente a presença do material genético do vírus HPV, principal causador do câncer cervical.
Isso permite uma detecção mais precisa, especialmente dos subtipos de alto risco, o que pode levar a diagnósticos mais precoces e confiáveis.
Outra mudança importante está na periodicidade dos exames. Enquanto o modelo antigo recomendava a realização do Papanicolau a cada três anos, o teste de DNA-HPV, por ter maior sensibilidade, permitirá que o intervalo entre os exames seja ampliado para cinco anos, desde que o resultado seja negativo.
Essa ampliação traz mais conforto às pacientes e, ao mesmo tempo, maior eficiência ao sistema público de saúde.
Novidade para mulheres também muda forma de atendimento
Além da mudança no exame em si, o modelo de atendimento também será reformulado. Até agora, a realização do exame dependia da iniciativa da mulher de buscar o serviço.
A partir de agora, o rastreamento será ativo e organizado: as unidades de saúde passarão a identificar e convocar as mulheres dentro da faixa etária indicada, promovendo um acesso mais igualitário e ampliado.
O novo protocolo também contempla a possibilidade de autocoleta, uma inovação pensada especialmente para alcançar populações com menos acesso aos serviços de saúde, como mulheres em áreas remotas ou em situações de vulnerabilidade.
Pessoas transgênero, não binárias e intersexuais com colo do útero também estão incluídas, num esforço de tornar o atendimento mais inclusivo e respeitoso à diversidade.
Com essa mudança, o SUS busca enfrentar uma realidade preocupante: a baixa cobertura e o diagnóstico tardio em muitas regiões do país.
A expectativa é que, com métodos mais eficazes e um modelo mais ativo de cuidado, seja possível reduzir significativamente a incidência e a mortalidade por câncer do colo do útero no Brasil.