A manhã da última segunda-feira, 21 de abril, marcou um momento histórico e delicado para a Igreja Católica: o falecimento do Papa Francisco, aos 88 anos, apenas um dia após a celebração da Páscoa.
Desde então, enquanto milhares de fiéis acompanham o velório do pontífice na Praça de São Pedro, os bastidores do Vaticano já se mobilizam para organizar o próximo Conclave — o processo sigiloso que definirá quem será o novo líder espiritual de mais de 1,3 bilhão de católicos ao redor do mundo.
Curiosamente, esse momento de transição encontra eco no cinema. O filme Conclave, lançado no Brasil em janeiro deste ano e indicado a cinco prêmios no Oscar 2025, trouxe para as telas justamente o drama e a tensão desse ritual de escolha papal.
A produção dirigida por Edward Berger, baseada no romance de Robert Harris, transforma o Vaticano em palco de intrigas políticas, disputas de poder e segredos reveladores. E assim como na realidade, o desfecho do próximo Conclave na vida real pode ser inesperado com uma grande mudança na Igreja Católica: a possível escolha do primeiro papa negro ou asiático.
Igreja Católica tem mudanças após confirmação do Vaticano
Na narrativa do filme, após a morte do Papa, os cardeais se reúnem em sigilo absoluto para votar em um novo sucessor.
Entre os principais candidatos estão figuras com visões divergentes sobre o futuro da Igreja Católica, incluindo um cardeal africano conservador, um europeu tradicionalista e um latino-americano recém-chegado, cuja presença gera desconforto e desconfiança.
Ao longo da trama, segredos do passado vêm à tona, alianças são desfeitas, e candidatos caem por questões morais e éticas.
No fim, quem recebe a maioria dos votos é o cardeal Benitez, um personagem enigmático que, já eleito como novo papa, revela ao cardeal responsável pelo Conclave que nasceu com ambos os órgãos reprodutores — masculino e feminino.
Ao afirmar que sua condição é uma expressão da criação divina, ele é confirmado como pontífice e assume o nome de Inocêncio, chocando quem assiste ao filme. Esse filme levou a várias críticas de religiosos. Contudo, fiéis da Igreja Católica podem ver uma grande mudança nos próximos dias que também pode surpreender.
Igreja Católica pode ter seu primeiro papa negro ou asiático
Isso acontece porque, embora o filme seja uma obra de ficção, sua mensagem ecoa no momento atual. A morte de Francisco, poucos meses após a estreia de Conclave, reacende o debate sobre a necessidade de renovação na Igreja Católica.
Analistas do Vaticano e especialistas em assuntos religiosos apontam que o próximo papa pode romper com padrões tradicionais — e dois nomes ganham força entre os candidatos por representarem essa possível transformação.
Um deles é o cardeal ganês Peter Turkson, conhecido por sua atuação firme em temas sociais e ambientais. Ele já ocupou cargos de destaque no Vaticano e, caso escolhido, seria o primeiro papa negro da história. Seu perfil moderado e sua origem africana fazem dele um símbolo de representatividade e abertura.
Outro possível sucessor é o filipino Luis Antonio Tagle, chamado por alguns de “Francisco da Ásia”. Com forte ligação com comunidades marginalizadas e com uma trajetória voltada para a justiça social, Tagle representa uma Igreja mais próxima dos pobres. Sua eventual eleição marcaria a primeira vez que um asiático assume o trono de São Pedro.
Entre cerimônias religiosas e movimentações políticas, o Vaticano se prepara para uma escolha que pode redefinir o futuro da Igreja Católica — tanto nos corredores silenciosos do Conclave quanto nas telas de cinema.