Segundo pesquisas recentes do National Institutes of Health (NIH), a ciência está cada vez mais próxima de compreender o que ocorre com o corpo e o cérebro humano nos momentos finais da vida, e mesmo após o coração parar.
A investigação científica sobre a morte lança luz sobre processos fisiológicos e neurológicos complexos que, até pouco tempo atrás, pertenciam apenas ao campo da religião ou da filosofia.
Embora a morte ainda seja um dos maiores tabus da humanidade, a medicina e a neurociência vêm oferecendo respostas mais claras sobre o que acontece durante a transição entre a vida e o fim da atividade cerebral. A compreensão desse processo é essencial não apenas para os cuidados paliativos, mas também para o debate sobre a consciência e a existência da alma.
Ciência revela o que acontece com o cérebro nos momentos finais
Estudos publicados nos últimos anos mostram que o cérebro humano pode intensificar sua atividade segundos antes da morte. As chamadas ondas gama, associadas à memória e à consciência, se tornam mais intensas pouco antes da parada cardíaca. Além disso, neurotransmissores como dopamina e serotonina são liberados, provocando sensações de calma e até euforia.
É importante mencionar que essa liberação química pode explicar as experiências de quase-morte relatadas por pacientes que passaram por reanimações. Muitas dessas pessoas descrevem paisagens, sensações de libertação do corpo e luzes intensas, experiências que a ciência associa à falta de oxigenação nos lobos temporais e parietais, regiões responsáveis pela percepção e consciência.
Outro detalhe importante é que há relatos de “superconsciência” nos segundos finais, em que o cérebro poderia reviver memórias intensamente. Entretanto, a persistência da consciência após a morte ainda é objeto de estudo e debate.
O corpo após a morte
Biologicamente, o corpo humano entra em um processo de degeneração assim que a circulação sanguínea cessa. O cérebro é o primeiro a sucumbir, morrendo entre três a cinco minutos sem oxigênio. Em seguida, o coração para e o sangue começa a se acumular nas partes inferiores do corpo, formando manchas conhecidas como livor mortis.
Vale mencionar que, aproximadamente duas horas após o óbito, ocorre o rigor mortis, quando os músculos se enrijecem. Esse processo dura alguns dias, e logo o trato gastrointestinal começa a se decompor, auxiliado por bactérias que viviam no intestino.
Dessa forma, a decomposição completa de um corpo pode levar até 30 anos, dependendo das condições ambientais. Além disso, agentes patógenos como os vírus da hepatite ou bacilos da tuberculose permanecem ativos por dias ou anos, o que reforça a importância de protocolos sanitários em ambientes médicos e funerários.