O Concorde realizou o seu último voo no dia 26 de novembro de 2003, encerrando uma era de inovação na aviação comercial. Embora a linha representasse um marco tecnológico, com a capacidade de voar acima da velocidade do som, o avião supersônico de passageiros não conseguiu se firmar como um modelo financeiramente viável e precisou ser aposentado.
O avião supersônico é fruto de uma parceria entre França e Reino Unido. Dessa forma, o Concorde desafiou os limites da engenharia, com velocidade de cruzeiro que ultrapassava os 2.200 km/h. A linha conectava Londres ou Paris a Nova York e fazia a viagem em cerca de três horas e meia, menos da metade do tempo de aviões convencionais.
Contudo, essa conquista veio acompanhada de alguns desafios técnicos e financeiros. Isso porque, além de consumir grandes quantidades de combustível, a produção e manutenção do Concorde eram extremamente caras.
Outro fator que dificultou a permanência do Concorde foi a limitação de rotas devido ao estrondo sônico (o “sonic boom”), que acabava restringindo o seu alcance operacional, tornando-o viável apenas em trajetos transoceânicos.
Concorde vive crise econômica e questões ambientais
É importante mencionar que o Concorde foi projetado em um mundo mais otimista. Ainda assim, as mudanças econômicas e sociais que marcaram as décadas de 1970 a 2000 moldaram a sua trajetória.
Com a crise do petróleo de 1973, os custos de operação aumentaram significativamente, afastando o interesse de companhias aéreas pelo modelo supersônico. Apenas a Air France e a British Airways, ambas estatais à época, compraram unidades da aeronave.
Além disso, nos anos 2000, o cenário aéreo ficou ainda mais desafiador. Isso porque o único acidente fatal do Concorde, em 2000, abalou a confiança no modelo. Pouco tempo depois, os ataques de 11 de setembro no ano de 2001 e a recessão global reduziram drasticamente a demanda por viagens internacionais de luxo.
Por último, mas não menos importante, as questões ambientais começaram a ganhar força. O consumo elevado de combustível do Concorde e os altos níveis de emissões tornaram os aviões supersônicos cada vez mais incompatíveis com as preocupações climáticas. Assim, a decisão da Airbus de encerrar a produção de peças sobressalentes selou o destino do Concorde e o avião supersônico foi aposentado em 2003.