Pesquisadores a bordo do navio quebra-gelo RSV Nuyina, da Divisão Antártica Australiana, anunciaram importantes descobertas científicas durante a primeira expedição da embarcação à Antártida, iniciada em março de 2025.
Um dos destaques da missão foi o encontro com uma rara borboleta marinha, capturada viva e observada em seu ambiente natural. A pequena criatura, que pertence ao grupo Thecosomata, possui conchas translúcidas e se movimenta como se estivesse “voando” debaixo d’água.
Vale mencionar que assa expedição científica tem como objetivo principal investigar os impactos do aquecimento global na Geleira Denman, uma das formações de gelo com derretimento mais acelerado da Antártida Oriental.
Outro detalhe importante é que a equipe de 60 cientistas está realizando uma jornada de 60 dias, percorrendo cerca de 4 mil quilômetros pelo Oceano Antártico. A bordo do navio-laboratório, amostras estão sendo coletadas tanto na superfície quanto em profundidade, para análise em tempo real.
Borboleta marinha rara surpreende cientistas
Entre as espécies analisadas, a borboleta marinha chamou atenção não apenas pela beleza, mas pelo ineditismo: pela primeira vez, pesquisadores conseguiram registrar o desenvolvimento de ovos dessa espécie em um aquário móvel, oferecendo informações inéditas sobre seu ciclo de vida.
Vale mencionar que esses animais são pequenos caracóis marinhos que flutuam livremente nas águas geladas do polo sul.
Além disso, outros seres surpreendentes foram observados, como os “porcos-do-mar” (Scotoplanes), que vivem a milhares de metros de profundidade e têm coloração rosa, e as chamadas “aranhas-do-mar”, algumas com tamanho semelhante ao de uma mão humana. Essas descobertas reforçam a biodiversidade única do Oceano Antártico e mostram o quanto ainda há para ser explorado.
Geleira Denman e as mudanças no clima global
Enquanto documenta a biodiversidade marinha, a equipe também está focada na coleta de dados sobre a Geleira Denman. Estima-se que essa geleira já tenha recuado 5 km entre 1996 e 2018.
Isso porque o aquecimento das águas marinhas próximas está contribuindo para seu derretimento acelerado. Se essa massa de gelo colapsar completamente, o nível dos oceanos poderá subir até 1,5 metro.
É importante mencionar que amostras coletadas próximas à borda da geleira revelaram alterações nas correntes marinhas locais e temperaturas mais elevadas em camadas intermediárias da coluna d’água. Com isso, os pesquisadores esperam atualizar modelos climáticos globais e propor medidas mais eficazes de mitigação.